A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado analisa nesta terça-feira (16) a possibilidade dos esportes eletrônicos, conhecidos como e-Sports, receberem uma parte da arrecadação das loterias federais. A proposta prevê a destinação de 0,04% do total arrecadado pelas loterias para o setor, além da inclusão da Confederação Brasileira de Games e e-Sports no Sistema Nacional do Desporto.
Os e-Sports (esportes eletrônicos) são competições de jogos virtuais onde os jogadores se enfrentam em torneios oficiais, tanto em jogos cooperativos quanto não cooperativos. Pelo projeto de lei, os recursos serão usados apenas em programas de apoio ao esporte, treinamento de atletas, participação em eventos esportivos e despesas administrativas.
Atualmente, uma parte dos recursos arrecadados com jogos lotéricos são repassados ao governo federal para ser investidos em áreas como saúde, educação, segurança e esportes. Só no ano passado, foram destinados R$ 391 milhões ao Comitê Olímpico Brasileiro.
O projeto também propõe aumentar a porcentagem da arrecadação das loterias destinada aos esportes, de 4,36% para 4,4%. Esses recursos serão usados para desenvolver, promover e incentivar a prática dos esportes eletrônicos no Brasil.
O relatório, do senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), menciona que o mercado global de e-Sports movimentou mais de US$ 1 bilhão, segundo dados do Global E-Sports Market Report. Atualmente, 230 milhões de pessoas acompanham esses torneios, o que representa cerca de 7% da população mundial. A previsão é que, até 2030, esse número chegue a 1 bilhão de pessoas.
Embora o mercado de e-Sports já seja grande, ele tem um grande potencial de crescimento nas próximas décadas. Isso ocorre porque o setor de jogos eletrônicos na totalidade também está crescendo rapidamente. Enquanto os e-Sports movimentam pouco mais de US$ 1 bilhão, o mercado mais amplo de videogames e jogos virtuais movimenta mais de US$ 227 bilhões. No Brasil, 74,5% da população joga algum tipo de jogo eletrônico, segundo a Pesquisa Game Brasil.
Arena Correio