A Assembleia Legislativa da Paraíba realizou, nesta sexta-feira (14), audiência pública itinerante com o objetivo de debater a implantação do Campus da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na região do Vale do Piancó. O evento aconteceu no auditório da Câmara Municipal de Itaporanga e contou com a participação do deputado Taciano Diniz, da deputada Cida Ramos, dos suplentes Leonice Lopes e Nilson Lacerda, do presidente da Câmara, vereador Idean Caetano, do reitor da UFCG, professor Antônio Fernandes, além de prefeitos, vereadores, professores, estudantes e representantes da sociedade civil organizada do Vale do Piancó.
Atualmente, de acordo com dados extraídos do site cidades.ibge.gov.br, a microrregião do Vale do Piancó, composta por 18 cidades, possui aproximadamente 5.390 alunos matriculados no ensino médio. Entretanto, esta população estudantil não é contemplada com instituições de nível superior público.
A audiência pública faz parte de uma das etapas de planejamento da implantação do campus no Vale do Piancó. A participação da população é fundamental para que a universidade consiga concluir os estudos preliminares sobre o perfil da região e a necessidade de cursos para o novo campus, como destacou o reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFCG), professor Antônio Fernandes. “Essa etapa de ouvir a sociedade é fundamental para que a gente possa concluir esses estudos, sobretudo em relação à vocação para, assim, a gente fechar um perfil para apresentar ao MEC”, explicou.
Para o presidente da Câmara dos Vereadores de Itaporanga, o vereador Dean Caetano, o município de Itaporanga já está preparado para receber o futuro campus e não medirá esforços para concluir o processo. “Há quatro anos, infelizmente, esse projeto foi tirado de pauta. Mas, agora, se Deus quiser, conseguiremos fortalecer essa discussão e os próximos passos. Itaporanga é uma cidade pólo importante, que vem evoluindo muito ao longo dos anos, especialmente na área tecnológica”, ressaltou.
Para a população estudantil dos 18 municípios que compõem a região, não se trata apenas de uma concepção simples de abrangência da oferta de ensino superior, trata-se, fundamentalmente, de uma questão de inclusão social nesse nível de ensino para várias famílias que não conseguem arcar com os custos de enviar seus filhos para estudarem em outras cidades. A estudante Érica Sabino avalia que o campus no município vai beneficiar principalmente universitários de baixa renda, que precisam se deslocar para cidades distantes para estudar. “Eu acredito que muitos estudantes não têm condições financeiras de ir para cidades distantes, que tenham cursos mais complexos, como medicina. Então, eu acho que se tivesse um Campus aqui em Itaporanga, seria muito mais fácil para essas pessoas de baixa renda, porque elas não precisariam se deslocar para grandes cidades e pagar altos preços”, disse a estudante.
A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) vem se expandindo com a instalação de um campus avançado da instituição na cidade de Sumé, onde há a primeira universidade camponesa do Brasil, possuindo inclusive a mesma um plano de expansão institucional para que se dê continuidade desse projeto em outras localidades do nosso estado.
Radar Sertanejo