Atualmente existem na Paraíba 10.572 indústrias e de acordo com a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, FIEPB, o número de empresas industriais apresenta crescimento médio de 12% em relação aos últimos quatro anos. No Dia Nacional da Indústria, comemorado neste sábado (25), o Pauta Real mostra um panorama do setor que emprega 133.604 pessoas no estado.
Os principais segmentos da indústria no estado são couro e calçados; alimentos e bebidas; minerais não metálicos; construção civil; têxtil e confecção; metalmecânica; e madeira e mobiliário. A participação no Produto Interno Bruno (PIB) do estado ultrapassa os 15%.
A indústria é responsável por 83,5% das exportações efetuadas pelo estado e os produtos manufaturados representam 50,3% do total das exportações, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
“Considerando que o Brasil está na liderança de blocos como o BRICS e o Mercosul, e tem buscado negociar com diversos países e blocos econômicos, a expectativa é que haja um crescimento no comércio exterior brasileiro, nos próximos meses. E a Paraíba replicará essa realidade, uma vez que o estado tem apresentado crescimento no volume de exportações, sobretudo de produtos como o açúcar, que está sendo exportado via Porto de Cabedelo”, afirmou ao Pauta Real o presidente da FIEPB, Cassiano Pascoal.
Ele ressalta que o estado tem se destacado ainda na exportação de calçados e álcool etílico, e neste contexto de fortalecimento do comércio exterior do país, a expectativa é que os produtos paraibanos, que já possuem um alto valor agregado no mercado externo, tenham uma maior aceitação, contribuindo assim para o aumento no volume de exportações, que apresentou ciclo de crescimento que teve em 2023 um aumento de quase 30%, quando comparado a 2022. A expectativa da FIEPB é superar o índice de exportações alcançado no ano passado.
Além de polo calçadista, a Paraíba é atualmente um consolidado polo mineral, com posição de destaque no país, proporcionado pelo avanço da sua planta cimenteira. O presidente destaca que a bentonita, um dos principais recursos minerais lavrados na Paraíba, também é expoente no setor. Além disso, ele lembra que a construção civil tem impulsionado sobremaneira a geração de emprego e renda, bem como os segmentos de alimentos e bebidas, têxtil e confecção, metalmecânica e o de madeira e mobiliário.
“O governo federal, através do Ministro da Indústria, Comércio e Serviços, vice-presidente Geraldo Alckmin, tem demonstrado que a reindustrialização é meta prioritária para a retomada do desenvolvimento, pois fortalece toda cadeia produtiva sustentável, e consequentemente a possibilidade de ampliação das exportações. Além disso, a criação do Conselho Nacional do Desenvolvimento Industrial – CNDI, alinhado com as tendências internacionais, foi uma ação relevante, pois promoveu uma parceria efetiva entre os entes públicos, a Confederação Nacional das Indústrias – CNI, e as federações de indústrias dos estados brasileiros”, avaliou o presidente ao ser questionado sobre a contribuição do poder público para o setor industrial.
Cassiano Pascoal, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba
A alteração de alíquotas, a simplificação e diminuição da carga de impostos, a melhoria da competitividade, redução de custos operacionais e fim da tributação em cascata, são pontos importantes da Reforma Tributária que têm sido aguardados com expectativa pelo setor industrial.
“Tudo isso irá proporcionar segurança jurídica e resultará em mais investimentos e consequentemente, no aumento da geração de empregos na indústria, que investirá na modernização de sua linha de produção, garantindo mais qualidade e produtividade, elevando assim a competitividade no cenário internacional”, analisa Pascoal.
Reindustrialização é necessária para impulsionar geração de emprego
Apesar das perspectivas otimistas para a indústria na Paraíba, o setor apresenta queda no número de vagas de emprego, o que é comprovado por pesquisas do IBGE e Ministério do Trabalho e Renda (MTE). O presidente da FIEPB, Cassiano Pascoal, avalia que o desemprego tem como uma de suas causas o processo de desindustrialização. Para ele, os aspectos econômicos, políticos, sociais, a terceirização, o próprio desenvolvimento tecnológico e a falta de qualificação profissional, são fatores que contribuem para o cenário constatado nas pesquisas.
Para reverter esse panorama, o presidente revelou que o SENAI tem mapeado, de maneira permanente, as demandas do setor industrial em relação à mão de obra, para ofertar além de cursos de qualificação, aperfeiçoamento e aprendizagem, serviços técnicos e tecnológicos e consultorias, para que as indústrias avancem no processo de reindustrialização ou neoindustrialização.
“Algo que resultará numa maior demanda por profissionais capacitados. E o SESI tem buscado avançar o nível de escolaridade dos trabalhadores do setor, oferecendo uma educação tecnológica, com metodologias inovadoras, que tornam a mão de obra mais qualificada e produtiva para a indústria paraibana. A FIEPB se alinha às diretrizes da Confederação Nacional da Indústria e do Conselho Nacional do Desenvolvimento Industrial, sobre a necessidade da reindustrialização como fator imprescindível para a retomada do crescimento da indústria brasileira e paraibana”, pontuou Pascoal.
Dia da Indústria – O dia 25 de maio foi escolhido como Dia da Indústria em homenagem ao patrono da indústria nacional, Roberto Simonsen, que faleceu em 25 de maio de 1948. Roberto Simonsen foi um engenheiro, industrial, administrador, professor, historiador e político, além de membro da Academia Brasileira de Letras – ABL. Além disso, Simonsen era presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).
Michelle Farias – Pauta Real