Pacientes na Inglaterra começaram a testar uma vacina contra o câncer de pele.
O Steve é um dos milhares de voluntários. Os pesquisadores dizem que a nova vacina tem o potencial de trazer uma cura mais definitiva ao câncer de pele do tipo melanoma.
É uma doença que se desenvolve nos melanócitos, que são células do corpo humano responsáveis pela produção de melanina, a substância que além de dar cor à nossa pele, ajuda a proteger o DNA contra a radiação do sol.
A vacina é desenvolvida pela University College London em parceria com vários laboratórios, como o do professor Paul Lorigan, da Universidade de Manchester.
Em entrevista ao Jornal Nacional, ele explicou que a vacina traz uma tecnologia inovadora. Ela é customizada de acordo com o DNA de cada paciente.
Em uma cirurgia, os pesquisadores retiram o tumor e analisam o material genético. Ao comparar com células saudáveis, eles identificam os traços das células cancerosas que ficam mais visíveis ao sistema imunológico daquele paciente. A vacina vai ensinar o organismo a identificar esses alvos e a criar anticorpos pra destruí-los.
Os cientistas responsáveis pelo estudo afirmam que essa vacina pode representar um marco nesse tipo de tratamento. Isso porque a mesma técnica pode também funcionar contra outros tipos de câncer, como o de rim e o de pulmão.
O professor Paul Lorigan afirma a pesquisa está na fase 3 de estudos, a mais avançada antes de chegar ao mercado, e vai passar por testes com pacientes de vários países, inclusive do Brasil.
O melanoma atinge, em média, 9 mil brasileiros por ano e mais de 130 mil pessoas no mundo. É o tipo de câncer de pele que mais mata e que, agora, se aproxima de um tratamento mais efetivo.
O oncologista João Pedreira Duprat, do hospital A. C. Camargo, ressalta que essa vacina não vai evitar que a pessoa tenha câncer de pele, mas tratar a doença em quem já tem. E que apesar do custo, os benefícios são muitos.
“Nos preocupa sim o custo, porque essa vacina é personalizada, não é como o do Covid. Você tem que pegar o tumor do paciente e fazer a vacina para aquele paciente. Então isso aumenta mais ainda a resposta em cima de uma imunoterapia que já vem revolucionando realmente a oncologia, com grande cura e grande qualidade de vida”, diz o médico.