A Paraíba registrou um total de 995 assassinatos em 2023, uma diminuição de 9% em relação ao ano de 2022, quando 1.093 mortes violentas foram registradas, conforme dados do Monitor da Violência, projeto especial do g1, com base em dados da Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social, solicitados via Lei de Acesso à Informação.
Os números indicam que houve uma média de 2,7 assassinatos por dia, incluindo homicídios, feminicídios, latrocínios e agressões seguidas de morte.
Na Paraíba, em 2023, foram 967 casos de pessoas vítimas de homicídios dolosos. Além disso, 25 pessoas morreram por latrocínio, quando acontece o roubo seguido de morte, e outras três por lesão corporal seguida de morte.
A taxa de crimes violentos no estado neste ano foi de 25 mortes por 100 mil habitantes.
Os dados apontam que:
- houve 995 assassinatos em 2023, o que significa 98 mortes a menos que em 2022
- redução em um ano foi de 9%
- número de crimes violentos está em queda desde 2022
- mês mais violento de 2023 foi o de janeiro, com 97 crimes
- em média, 82 pessoas foram mortas por mês na Paraíba em 2022
O índice nacional de homicídios foi criado pelo g1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.
Os dados não incluem as mortes decorrentes de violência policial. São contabilizadas no levantamento as vítimas dos seguintes crimes:
- homicídios dolosos (incluindo os feminicídios);
- latrocínios (roubos seguidos de morte);
- lesões corporais seguidas de morte.
Feminicídios crescem 30% na Paraíba em 2023
O número de feminicídios na Paraíba cresceu 30% entre 2022 e 2023. Os dados, do Painel de Indicadores Estatísticos de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, indicam que, em 2023, a Paraíba registrou 34 feminicídios, contra 26 em 2022, um aumento de nove casos em números absolutos.
Na Paraíba, em média duas mulheres foram mortas por mês em 2023 por sua condição de gênero. A Lei nº 13.104/2015 torna o feminicídio um homicídio qualificado e o coloca na lista de crimes hediondos, com penas mais altas. Conforme a lei, considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Brasil – Monitor da Violência — Foto: Editoria de Arte/g1
Levantamento periódico é encerrado
O levantamento periódico dos assassinatos é um dos projetos do Monitor da Violência, criado em 2017 pelo g1 em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP).
Naquela época, o governo federal não tinha uma ferramenta que permitisse à sociedade – jornalistas, pesquisadores, gestores públicos e demais cidadãos – acompanhar, de forma atualizada, os dados sobre homicídios do país. O único levantamento nacional era o do FSBP, divulgado no segundo semestre de cada ano.
A divulgação dos dados pelos estados também não era padronizada, e não havia uma frequência definida.
A partir da parceria, as centenas de jornalistas do g1 espalhados pelo país passaram a levantar junto aos estados dados sobre as mortes violentas ocorridas mês a mês, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e das assessorias de imprensa dos governos.
Esse trabalho contribuiu para aumentar a transparência e a precisão das informações sobre segurança pública divulgadas no Brasil e, em 2024, o governo federal passou a publicar os dados de crimes violentos em um painel interativo com informações de todos os estados.
Os dados do governo federal, embora usem uma metodologia diferente da do Monitor (por incluir, por exemplo, mortes suspeitas e encontro de corpos e ossadas, que podem não ser homicídios), apontam para um cenário semelhante, de redução de 4% nas mortes violentas em 2023.
Esse aumento na transparência levou o g1 e os parceiros a decidirem encerrar o levantamento periódico das mortes violentas.
“O Monitor da Violência teve e tem um papel estratégico para a discussão de vários temas sensíveis da agenda da segurança pública, a exemplo dos dados sobre redução e esclarecimento de homicídios, letalidade e vitimização policial, sistema prisional, violência contra mulheres, entre outros. Afinal, a experiência internacional revela que é a partir da ação intensa de disseminação de informações fidedignas e qualificadas que políticas públicas são provocadas e gestores se mobilizam”, afirmam Renato Sérgio de Lima e Samira Bueno, diretores do FBSP.
A decisão não significa o fim do Monitor da Violência – apenas do levantamento periódico de assassinatos, diante de um cenário em que dados nacionais e atualizados sobre esses crimes estejam disponíveis para a população.
A parceria seguirá em outras iniciativas, como tem acontecido desde 2017. Nesse período, entre outras coisas, o Monitor da Violência realizou reportagens sobre
G1