O presidente da Argentina, Javier Milei, confirmou que o Banco Central do país passará a emitir notas de 20 mil (cerca de R$ 120) e 50 mil (cerca de R$ 300) pesos devido à alta inflação.
Atualmente, a nota de maior valor em circulação no país é a de 2 mil pesos argentinos (equivalente a cerca de R$ 10), que começou a circular em maio deste ano.
“Sim, essa questão das notas é uma tortura. Para fazer um pagamento em dinheiro você tem que andar com volume de papéis que te coloca uma etiqueta na testa que diz ‘roube aqui, roube aqui´, porque é óbvio que você está levando dinheiro. Isso dificulta muito as transações”, respondeu Milei, em entrevista ao canal argentino La Nación+, quando perguntado se o Banco Central do país prevê emitir notas de 20 mil e 50 mil pesos.
Procurado pela CNN, o Banco Central da Argentina afirmou que a diretoria da entidade ainda não oficializou a emissão das novas notas e que ainda não há previsão de data. “Isso não significa que não aconteça em breve”, disse um dos porta-vozes da instituição.
Em novembro, a inflação argentina chegou a 12,8% e a acumulada em 12 meses chegou a 160,9%. Em dezembro, mês em que Milei assumiu o cargo e deixou de haver controles de preços, os aumentos dispararam na Argentina. Consultores calculam que a inflação do último mês do ano estará entre 25 e 32%.
Segundo a consultoria econômica LCG, somente na terceira semana de dezembro, o aumento de alimentos e bebidas foi de 11,5%, com um índice acumulado de 27% de inflação desde o começo do mês no setor.
Logo após a publicação do Decreto de Necessidade e Urgência assinado por Javier Milei em 20 de dezembro, planos de saúde informaram a clientes aumentos de cerca de 40% no valor da mensalidade a partir de janeiro.
Segundo o dono de uma das principais prestadoras de serviço de saúde pré-pagos do país e presidente da União Argentina de Entidades de Saúde, Claudio Belocopitt, o recente aumento “não recupera o atraso [de preços] do sistema de saúde” e as mensalidades continuarão aumentando “todos os meses, projetando a inflação”.
No começo do mês, a gasolina, que estava com o preço congelado, aumentou 30% e logo após a posse de Milei, sofreu novo reajuste, de cerca de 40%.
Fonte: CNN Brasil