Os extremos climáticos ainda vão ficar mais intensos neste ano, com mais seca na Amazônia e Nordeste, calor no Centro-Oeste e Sudeste e fortes chuvas no Sul. Segundo a meteorologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, Ana Ávila, o motivo é que o El Niño atingirá seu pico em dezembro.
O fenômeno climático promove um aquecimento atípico das águas do Oceano Pacífico equatorial .“A temperatura das águas vai ficar cerca de 2,5°C acima do esperado. E os modelos indicam que até junho do ano que vem a gente deve ter o El Niño em curso.”
O El Niño favorece a ocorrência de ondas de calor porque as frentes frias ficam bloqueadas no sul do país e não conseguem avançar, explicou a meteorologista. “Outra questão é que o aquecimento das águas no Oceano Pacífico ajuda a aquecer a atmosfera em termos globais.”
Uma onda de calor, segundo definição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ocorre quando há temperaturas de pelo menos 5ºC acima da média da região para o período, durando no mínimo três dias consecutivos.
Além da intensificação do El Niño, a distorção das temperaturas é influenciada pelas condições climáticas no Atlântico Norte, que permanece quente mesmo no inverno do Hemisfério Norte.