O idoso de 79 anos, acusado de abusar sexualmente de uma filhada de apenas 8 anos de idade em Cajazeiras, foi preso na tarde desta quinta-feira (26), por força de mandado de prisão preventiva expedida pela 1ª Vara da Comarca local. A delegada Yvna Cordeiro disse que após passar por exames no Instituto de Polícia Científica (IPC), o acusado ficou detido aguardando audiência de custódia, que pode acontecer nessa sexta.
A denúncia foi registrada na delegacia e no Conselho Tutelar pela mãe da criança, na última segunda-feira. Nesta quarta, ela prestou entrevista exclusiva ao repórter Elmo Lacerda, da TV Diário do Sertão, onde relatou que nunca suspeitou que o idoso poderia abusar das afilhadas, principalmente porque ele era bastante religioso e “sempre tratou elas muito bem”. Pelo fato de confiar nele, ela deixava as meninas dormirem na casa do acusado de vez em quando, e era nessas ocasiões que ele cometia os abusos.
A delegada Yvna Cordeiro, que é especializada em oitiva de crianças e adolescentes, contou que, segundo o depoimento da vítima, o acusado acariciava as partes íntimas e dava beijos nela. O idoso também pretendia abusar da irmã mais nova, de apenas 7 anos, mas a vítima tomava o lugar da irmã para poupá-la dos abusos.
“Isso gerou um trauma na criança, que claramente foi falado aqui. Sua irmã, que lhe acompanhava nas visitas, também tentou-se abusar sexualmente dela, mas a criança mais velha, de apenas oito anos, se voluntariava para ficar no lugar da irmã porque não queria que a irmã sofresse igual ela estava sofrendo”, relatou a delegada.
O acusado estava se preparando para mudar de casa – possivelmente de cidade – e esse fato foi anexado ao pedido de prisão preventiva, por isso o Ministério Público agilizou o procedimento e a Justiça expediu o mandado. “É mais um crime que a gente consegue resolver de forma efetiva com a prisão do agressor”, comemora a delegada.
Yvna Cordeiro aconselha os pais, mães e responsáveis a ficarem atentos às mudanças de comportamento dos filhos, às pessoas próximas e saber com quem a criança entra em contato.
“Se todo pai e mãe se compromete com seu filho, entende e verifica quando aquela criança está sofrendo algum abuso, porque a mudança é muito radical. Então, atenção aos seus filhos, cuidado, muito carinho, muita conversa, do ponto de vista de passar segurança para essa criança contar o que acontece de forma lúdica; verificar quais os pontos do corpo que não podem ser tocados, as consequências disso. Então, essa educação sexual nesse sentido é muito importante para a ambientação da criança e para que ela, se por acaso for vítima de algum crime nesse sentido, saiba identificar e contar”, acrescenta a delegada.
Diário do Sertão