Começa com um ferida que vai se expandindo pelo corpo dos bichinhos. Essas mesmas feridas vão se aprofundando na pele e produzindo pus, o que gera sofrimento aos animais vitimados. É esse o principal sinal de que seu pet está contaminado com a Esporotricose, uma doença causada por fungos que se espalha rapidamente e é muito contagiosa, podendo atingir inclusive os humanos, conforme apurou o ClickPB.
E engana-se quem pensa que a Esporotricose atinge apenas os gatos. Os cães também podem ser contaminados pela doença e sofrer com ela. Em entrevista ao ClickPB, o médico veterinário Assis Azevedo, chefe do Núcleo de Zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde (SES), informou que ao primeiro sintoma o tutor do pet deve procurar imediatamente o especialista.
“A primeira coisa a se fazer é buscar um médico veterinário. Por meio de exames, ele vai fechar o diagnóstico da doença e verificar a necessidade do uso de medicamentos, que podem ser antifúngicos e antibióticos”, explicou.
Assis Azevedo ressaltou a importância dos cuidados com os animais atingidos pela doença para que ela não se espalhe, contamine outros pets da casa ou da vizinhança e também os próprios tutores.
“A Esporotricose é uma doença causada por um fungo que se espalha facilmente. Ela é transmitida por contato direto ou pelos objetos usados pelos animais. Esse fungo é facilmente adaptável a qualquer ambiente. Por isso, a nossa recomendação maior é manter o animal restrito [isolado], preso para que ele não ande em outros lugares, e quem for cuidar que use luvas para manipular o remédio e os cuidados”, detalhou Assis Azevedo ao ClickPB.
E os tutores dos bichinhos que apresentarem a doença precisam ser pacientes e não abandoná-los nessa jornada de tratamento, já que ela pode demorar até dois meses. “Não é um tratamento rápido, de uma semana ou 15 dias. É um tratamento longo que pode levar até dois meses. Será preciso fazer exames laboratoriais para diagnosticar e depois entrar no tratamento medicamentoso”, frisou o médico veterinário.
Na conversa com o ClickPB, Assis Azevedo encerra sua explicação com um dado esperançoso. “A doença tem cura”.
Com os cuidados necessários e amor aos pets, eles ficarão curados e poderão continuar fazendo parte da família por muito mais tempo.
Zoonoses
O médico veterinário Assis Azevedo aconselha aos tutores de cães e gatos que apresentarem os sintomas da Esporotricose e que não tiverem condições financeiras de procurar um profissional particular a buscar ajuda nos Centro de Zoonoses dos respectivos municípios para ter acesso a profissionais da rede pública.
Prevenção
Sem vacina para a doença, a prevenção ainda fica na observação constante dos animais. Por isso, a importância de, aos primeiros sintomas, o tutor do cão ou do gato buscar um profissional.
Orientações para a população
- Informar aos moradores da região sobre a ocorrência da doença em humanos e animais e as possíveis vias de transmissão;
- Procurar os serviços de saúde na ocorrência dos primeiros sinais clínicos e presença de lesões semelhantes;
- Manter o ambiente da casa limpo;
- Dar destino adequado do entulho existente da residência;
- Na ocorrência de animais doentes, manter o animal isolado e em tratamento segundo conduta clínica do médico veterinário;
- A manipulação dos animais doentes deverá ocorrer segundo orientação do médico veterinário;
Na existência de animais domésticos saudáveis, recomenda-se:
- Manter o animal imunizado, em perfeitas condições sanitárias e de saúde;
- Controlar o acesso de animais domésticos à rua, com o intuito de evitar contato com animais potencialmente infectados.
Fonte: Nice Almeida/Redação ClickPB