Onze anos. Essa foi a distância que separou Janaína Santana, de 27 anos, do sonho de estudar medicina. Quando terminou o ensino médio, a aprovação não veio de primeira. Outros cursos apareceram pelo caminho. Antes de ser aprovada, a paraibana estudou alguns semestres de direito e engenharia elétrica. Mas no passado, quando acompanhou a avó em uma internação hospitalar, recordou qual carreira realmente queria seguir. Trancou a universidade e passou o ano inteiro estudando em casa para o Enem.
Foram duas aprovações. Uma delas em primeiro lugar na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A outra na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), onde está no primeiro semestre.
“Os cursinhos eram caros, era um dinheiro que eu não tinha pra pagar”, contou.
Estudar em casa, segundo a paraibana, tem suas vantagens. O primeiro ponto positivo considerado por ela é fazer o próprio horário. Além disso, o estudante pode se preparar de forma mais individualizada, se concentrando no que tem mais dificuldade e precisa ser melhorado.
Por outro lado, ela vê como desvantagem a falta de socialização, já que ficou isolada durante a jornada de estudos. O lado psicológico também pode ser abalado pelas comparações com quem está em cursinhos, contando com o auxílio de bons materiais e professores.
No caso dela, essas dificuldades foram dribladas com as estratégias certas.
“É preciso muito autoconhecimento. Analisei meus pontos fortes e fracos. Sempre tive problema de pontuação, então treinava mais isso”, detalhou.
No geral, ela alcançou quase 800 pontos na média geral. Somente em matemática, disciplina que foi estudada por meio da análise e resolução de questões, foram 940 pontos.
Janaína Santana, em mentoria para o Enem — Foto: Janaína Santana/Arquivo pessoal
Por fim, Janaína aconselha que quem está em busca da aprovação não desista.
“Quem não passa no curso que quer é quem desiste. É possível chegar até a aprovação. O caminho é diferente para cada um. Nem todo mundo tem as mesmas facilidade e dificuldades. Cada um tem que buscar as próprias estratégias”, concluiu.
Estudante oferece mentorias para se manter no curso de medicina
Agora, já matriculada, a jovem oferece mentoria para bancar os gastos com a universidade.
“Tá me ajudando muito. É pública (a universidade), mas tem gasto com transporte, livro e alimento porque a gente estuda o dia todo. Sem isso, eu continuaria no curso, mas teria dificuldade”, explicou.
As mentorias são pagas e oferecidas para pessoas que estudam em casa, assim como Janaína fez. Mas no perfil do Instagram ela dá dicas gratuitas para quem também quer passar em medicina.
G1