Uma mãe denunciou à polícia que o filho dela, um bebê de 5 meses, teria morrido após uma aplicação de uma injeção realizada no Hospital Regional Santa Filomena, na cidade de Monteiro, na Paraíba. A criança morreu no dia 28 de setembro, após ser transferida para o Hospital do Trauma de Campina Grande, de acordo com o boletim de ocorrência registrado pela mulher na Polícia Civil.
À reportagem da TV Paraíba, a delegada Nercilia Dantas, da delegacia de homicídios de Campina Grande, disse que é precipitado afirmar a causa da morte antes da realização da perícia no corpo do bebê. Além disso, a polícia também confirmou que uma investigação sobre o caso só será aberta quando o laudo pericial tiver um resultado.
O g1 entrou em contato com o Hospital de Trauma de Campina Grande, que informou que o bebê foi transferido para a unidade em estado gravíssimo, em choque séptico, com hematoma extenso e lesão na região da coxa direita. Ao chegar no hospital, o paciente foi levado para UTI pediátrica e iniciado protocolo contra o choque séptico, que é resultado de uma infecção.
O Hospital informou ainda que como o bebê chegou em estado gravíssimo e não respondeu satisfatoriamente as medidas, a morte dele foi constatada posteriormente.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) lamentou a perda da família e reforçou que todos os procedimentos para investigar a causa da morte seguem sendo realizados, e que foi ofertado todo o socorro ao paciente e apoio à família. (Confira a nota completa abaixo)
Morte de bebê após injeção
Em depoimento prestado para as autoridades, a mãe de Anthonny Ravi Neves do Nascimento disse que no dia 23 de setembro levou o bebê para o Hospital Santa Filomena, porque a criança apresentava sintomas de febre, já que estava na época do nascimento dos primeiros dentes.
Chegando na unidade hospitalar, foi aplicada uma injeção de um composto conhecido como dexametasona diretamente na coxa, que é utilizada para aliviar inflamações e tratar alergias e asma. Após a utilização do remédio, o bebê foi liberado para voltar para casa.
Segundo relato da mãe, no entanto, o filho piorou o estado de saúde nos dias seguintes da aplicação do medicamento e, no dia 26 de setembro retornaram para o Hospital Santa Filomena, onde foram realizados exames e, com a piora no estado do bebê, foi protocolado a transferência para o Hospital de Trauma de Campina Grande.
No dia 27 de setembro, Anthonny Ravi foi conduzido para o Trauma e, um dia depois, morreu, por volta das 4h30. A mãe da criança realizou o boletim de ocorrência em Campina Grande e, em João Pessoa, fez o pedido para que houvesse a realização do exame cadavérico.
O diretor do Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol) de Campina Grande, Márcio Leandro, informou que somente o Instituto de Polícia Científica em João Pessoa é capaz de realizar o exame cadavérico no corpo do bebê, já que a morte não teria sido oriunda de uma causa violenta após uma primeira análise. Como na cidade só são feitas análises em casos de morte violenta ou suspeita disso, o corpo da criança foi transferido para realização de perícia na capital paraibana.
Segundo a chefe do Núcleo de Medicina e Odontologia Legal, Cristiane Helena, o exame de necropsia do bebê foi realizado, mas a causa da morte só poderá ser estabelecida quando os exames complementares saírem.
O que diz a Secretaria de Saúde da Paraíba?
A SES afirmou que o bebê deu entrada no Hospital Regional Santa Filomeno sábado (23), em Monteiro. Em um primeiro momento, o menor foi atendido e apresentava quadro clínico de endema de região escrotal e febre. O paciente apresentou melhora e foi liberado.
Três dias depois, em 26 de setembro, a criança retornou ao hospital manifestando piora e com diversas lesões. O bebê foi transferido para o Hospital da Criança, em Campina Grande, que em seguida o transferiu para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, onde veio a óbito.
Segundo a secretaria, o corpo da criança foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), que constatou a possibilidade de uma morte não natural. A nota afirmou que a criança era acompanhada por equipe do Conselho Tutelar por denúncia de maus-tratos e abandono de incapaz. Por esta razão, foi transferido para o Instituto Médico Legal da Paraíba, responsável por investigar a morte.
G1