A Paraíba só registrou um único caso de febre maculosa nos últimos 17 anos, segundo dados divulgados esta semana pelo Ministério da Saúde do Governo Federal. O mapeamento analisou todos os registros de casos entre 2007 e 2023 e foi em 2017 que se registrou um evento da doença em território paraibano.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o caso foi diagnosticado como positivo em junho daquele ano. Era uma mulher de Sousa, no Sertão da Paraíba, que ficou em internação domiciliar e acabou curada ao término do tratamento. Na época, ela tinha 33 anos.
O levantamento foi apresentado pelo Ministério da Saúde depois que quatro mortes provocadas pela doença foram registradas em São Paulo num intervalo de menos de dez dias. Todos os óbitos foram em pessoas que dias antes tinham participado de um evento na Fazenda Santa Margarida, localizada em Campinas.
O ano em que mais casos foram registrados no país nesse período foi 2018, com 314. Em 2020, são 60 casos nos primeiros seis meses, sendo 37 no Sudeste, 17 no Sul, 1 no Norte e 5 com localização desconhecida.
Em todos esses anos, foram 38 casos na Região Nordeste, o que demonstra que não é uma doença muito frequente. Em 2017, por exemplo, o único caso da região foi o da Paraíba.
O que é a febre maculosa?
De acordo com o próprio Ministério da Saúde, a febre maculosa é uma doença infecciosa e de gravidade variável, podendo variar entre formas leves e graves. A taxa de letalidade é alta no segundo tipo de casos. Uma dificuldade para o diagnóstico, contudo, é que os sintomas podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças que causam febre alta.
A doença é causada por duas bactérias do gênero Rickettsia e a transmissão ocorre por picada de carrapato. A Rickettsia rickettsii causa a versão grave e é encontrada no norte do Paraná e no Sudeste. A Rickettsia parkeri leva a quadros menos severos e é encontrada em áreas da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, na Bahia e no Ceará.
Quais carrapatos transmitem?
Os carrapatos mais comuns presentes no Brasil e que transmitem a febre maculosa são os conhecidos como carrapato estrela. Mas o Ministério da Saúde alerta que qualquer espécie pode transmitir a febre maculosa, inclusive o carrapato do cachorro. A transmissão por contato humano não é possível de acontecer.
Quais são os principais sintomas?
Os sintomas principais são febre, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular frequente, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés. Em casos mais graves, gangrena nos dedos e orelhas e paralisia dos membros que começa nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando problemas respiratórios.