Um policial civil matou quatro colegas de trabalho nesta madrugada, em Camocim, cidade do Norte do Ceará, a cerca de 350 quilômetros de Fortaleza. A Polícia Civil identificou as vítimas como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira.
Os corpos já foram retirados do local e levados para a Perícia Forense do município de Sobral. O suspeito está sob custódia da Polícia Militar e “em estado de choque”, segundo sua advogada.
Camocim é um município da microrregião do Litoral de Camocim e Acaraú, mesorregião do Noroeste Camocinense. Sua população é estimada em 63.997 habitantes, conforme dados do IBGE de 2020.
Saiba quem são as quatro vítimas do crime:
Francisco dos Santos Pereira
Francisco deixa três filhos. Prima da vítima lamenta morte e pede justiça. — Foto: Reprodução
Honesto, alegre, estudioso: assim descreve Mariana Almeida, prima de Francisco dos Santos Pereira, de 46 anos. O policial deixa três filhos.
Ao g1 Ceará, a familiar disse que o mais novo ainda não completou um ano de idade. A mais velha tem entre 16/17 anos e o do meio tem sete. “A sensação que ficamos é de impunidade, injustiça. Foi muito cruel”, desabafou.
Francisco é natural de Fortaleza e mudou-se para Camocim quando passou para o concurso de escrivão na cidade. “Ele amava a profissão. Era uma pessoa muito honesta, justa”, disse a prima, que mora em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Mariana, assim que soube das mortes, ligou para a irmã de Francisco. “Ela estava tentando encontrar equilíbrio para contar aos pais”, acrescentou.
Os pais de Francisco já têm mais de 70 anos. A prima do escrivão ainda disse que a mãe dele sentia muito receio da profissão, principalmente pelos perigos que a envolvem.
“Ele estava se preparando para tentar um concurso para delegado. Era uma pessoa que sempre queria mais da profissão. E um colega de trabalho fazer isso, ficamos pensando em quem confiar”, disse Mariana.
Antônio Claudio dos Santos
Antônio Claudio já foi agente penitenciário e deixa duas filhas. — Foto: Reprodução
Antônio Claudio dos Santos, de 46 anos, trabalhava há cinco anos como escrivão no local onde crime ocorreu. Ele tinha duas filhas, uma de cinco e outra de três anos e já foi agente penitenciário.
Irleno Santos, irmão do policial, foi ao local cuidar do despacho do corpo, e deu mais detalhes.
“Estamos muito chocados. Meio complicado isso acontecer no próprio local de trabalho. Ficamos sem mão, sem pé, sem chão e sem nada”, desabafou.
Segundo o familiar, ele falava pouco sobre trabalho e era um pai exemplar, sempre à disposição das meninas.
Ainda não há detalhes sobre as outras duas vítimas (Antônio José Rodrigues Miranda e Gabriel de Souza Ferreira).
Antônio José Rodrigues Miranda
Escrivão Antônio José Rodrigues Miranda, de 43 anos, morto por colega de farda na Delegacia de Camocim. — Foto: Arquivo pessoal
Antônio José Rodrigues Miranda, de 43 anos, era escrivão da Polícia Civil.
Gabriel de Souza Ferreira
Gabriel de Souza Ferreira, de 36 anos, inspetor da Polícia Civil morto na Delegacia de Camocim. — Foto: Arquivo pessoal
Gabriel de Souza Ferreira, de 36 anos, era inspetor da Polícia Civil.