A comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para apurar os atos extremistas de 8 de janeiro começa a traçar um perfil de atuação com as escolhas dos integrantes por parte das lideranças partidárias. Governo e oposição apostam em parlamentares midiáticos e com experiência no jogo político.
O objetivo de ambos é dar visibilidade e tentar vencer durante a disputa pela versão de cada lado começa a traçar um perfil de atuação com as escolhas dos integrantes por parte das lideranças partidárias. Governo e oposição apostam em parlamentares midiáticos e com experiência no jogo político. O objetivo de ambos é dar visibilidade e tentar vencer durante a disputa pela versão de cada lado.
Aliados de Jair Bolsonaro (PL) esperam a participação dos filhos do ex-presidente e de ex-ministros para dar corpo e estabelecer uma defesa firme ao governo anterior, cientes de que a base do governo atual vai sustentar a ideia de que os ataques às sedes dos Três Poderes foram motivados por falas do ex-chefe do Executivo federal, especialmente o questionamento da credibilidade das urnas eletrônicas.
O nome da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) já foi confirmado. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) são cotados para vagas de titulares. O acordo que tem sido costurado é para que pelo menos um dos filhos do ex-presidente componha a comissão para defender os interesses diretos do pai.
A oposição vai tentar mostrar que a atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi omissa quanto aos anúncios dos ataques e que a falta de ação permitiu o episódio. Parlamentares do grupo prometem levar documentos que comprovariam “inércia proposital” por parte da gestão atual.
Os governistas, por sua vez, decidiram abraçar a CPMI depois de considerar inevitável sua instalação, sobretudo após a divulgação de imagens do Palácio do Planalto que mostram servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e o então ministro-chefe da pasta, Gonçalves Dias, em meio aos vândalos durante as invasões em 8 de janeiro. Com o comando dos trabalhos e maioria na composição, a ideia é direcionar as investigações.
Com o objetivo de garantir mais uma cadeira à base aliada de Lula e tirar uma vaga da oposição, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mudou de bloco para mexer na proporcionalidade. Ele quer ser um dos membros da CPMI. “Não perco essa festa”, disse.
Randolfe fez parte da liderança da CPI da Pandemia. A base do governo no Congresso Nacional quer emplacar o mesmo time que encabeçou as investigações durante a emergência sanitária por ele ser constituído de parlamentares considerados “de peso” entre os governistas. Estão cotados também os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Eduardo Braga (MDB-AM).
Pelo sistema de rodízio adotado no Congresso, a relatoria da comissão ficaria com o Senado. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) é uma possibilidade, mas Calheiros seria o nome de destaque. No entanto, por ser o principal adversário político do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a expectativa é que o cargo fique com Eduardo Braga, o que evitaria embate entre defensores da pauta do governo.
A presidência ficará com um aliado de Lira, indicado pelo superbloco capitaneado pelo presidente da Câmara. Depois que o deputado André Fufuca (PP-MA) afirmou ao R7 que iria “declinar” da possibilidade de liderar a CPMI, o caminho ficou livre para o principal cotado: o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA).
“Eu entro para essa comissão buscando a verdade, temos que fazer o resgate histórico do que aconteceu no dia 8 de janeiro, até para que as outras gerações saibam como o Brasil reagiu no 8 de Janeiro”, afirmou Maia.
O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a expectativa é instalar a comissão nesta semana. Serão 16 vagas de titulares para cada uma das Casas, além das suplências.
Veja os principais cotados e indicados para comporem a CPMI:
Senado
• MDB
Renan Calheiros (AL) – cotado
Eduardo Braga (AM) – cotado
• União Brasil
Sergio Moro (PR) – cotado
• Rede
Randolfe Rodrigues (AP) – cotado
• PSD
Eliziane Gama (MA) – indicada
Omar Aziz (AM) – cotado
Otto Alencar (BA) – cotado
• PT
Fabiano Contarato (ES) – cotado
Humberto Costa (PE) – cotado
• PL
Flávio Bolsonaro (RJ) – cotado
Jorge Seif (SC) – cotado
Magno Malta (DF) – cotado
• PP
Esperidião Amin (SC) – cotado
• Republicanos
Damares Alves (DF) – indicada
• Novo
Eduardo Girão (CE) – cotado
• Podemos
Marcos do Val (ES) – cotado
Câmara
• PT-PCdoB-PV
Lindbergh Farias (PT-RJ) – cotado
Rubens Pereira Júnior (PT-MA) – cotado
Rogério Correia (PT-MG) – cotado
• PSOL-Rede
Erika Hilton (SP) – cotada
Chico Alencar (RJ) – cotado
Tarcísio Motta (RJ) – cotado
• PP
André Fufuca (AL) – cotado
• PDT
Duda Salabert (MG) – indicada
• PSD
Paulo Magalhães (BA) – indicado
• Republicanos
Silvio Costa Filho (PE) – cotado
• União Brasil
Arthur Maia (BA) – cotado
Kim Kataguiri (SP) – cotado
• MDB
Emanuel Pinheiro Neto (MG) – cotado
Rafael Neto (AL) – cotado
• PSB
Hildelis Duarte Júnior (MA) – indicado
• PL
Eduardo Bolsonaro (SP) – cotado
André Fenandes (CE) – cotado
Nikolas Ferreira (MG) – cotado
Delegado Alexandre Ramagem (RJ) – cotado
Fonte: R7