O fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo Sobrinho, de 30 anos, foi condenado a 25 anos de prisão em regime fechado por ter estuprado um menino, de 8 anos, durante uma sessão, em Campo Grande.O g1 não encontrou a defesa do acusado.
A sentença foi assinada pelo juiz de direito Robson Celeste Candeloro. Esta é a primeira decisão da Justiça, de seis denúncias de abuso sexual de vulnerável, feitas pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
Para tomar a decisão, além da confissão de Wilson, os depoimentos das vítimas e familiares do garoto foram “suficientes e seguros para confirmar autoria e ensejar um decreto condenatório”.
Os júris em relação as outras cinco vítimas ainda não foram marcados. Os casos seguem em segredo de Justiça.
Prisão
O fonoaudiólogo foi preso em flagrante no último dia nove de março de 2022 após um menino de 8 anos contar à mãe que estava sofrendo abusos sexuais. Após o primeiro caso ser divulgado, outras famílias procuraram a polícia. Ao todo, cinco casos foram confirmados. Segundo a polícia, as vítimas possuem de 4 a 8 anos.
As vítimas, conforme as investigações, eram “escolhidas” pelo suspeito. Geralmente, o fonoaudiólogo abusava das crianças com maior dificuldade em se comunicar e oferecia doces para ganhar a confiança delas. O crime sempre acontecia durante as sessões, que não podiam ser acompanhadas pelos responsáveis.
Wilson atuou em Campo Grande por pouco mais de um ano. Segundo a Polícia Civil, o fonoaudiólogo pode ter atendido pelo menos 200 crianças.
Relato de abuso
À época da denúncia, o g1 conversou com uma das mães das vítimas estupradas pelo fonoudiólogo. A mãe – que fez a primeira denúncia – de uma das vítimas relatou sobre os abusos sofridos pelo filho.
O menino, de 8 anos, começou os atendimentos de fonoaudiologia com o suspeito quatro meses antes dos primeiros abusos. Na primeira consulta, a mãe acompanhou a sessão, mas logo foi repreendida pelo fonoaudiólogo, que avisou que o segundo atendimento seria apenas entre ele e o paciente.
A empresária começou a reparar comportamento atípico no filho há um mês. Segundo a mãe da vítima, o garoto teria perguntado ao irmão mais velho se “era normal o tio [fonoaudiólogo] passar a mão no pipi” dele.
Chorando muito, o menino relatou os abusos à mãe. De pronto, a empresária mencionou que tentou abordar a situação com o filho mostrando que a culpa não era dele. Relatando à mãe, o menino disse que o fonoaudiólogo trancava a porta do consultório, colocava música, pedia para a criança subir na maca e iniciava os abusos.
“O fonoaudiólogo pedia para passar a mão no pipi dele. O abusador abaixava o short do meu filho, passava a mão e pedia para que o meu ele fizesse a mesma coisa com o fono, mas a criança disse que não sabia o que estava fazendo”, contou.