A Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (5) contra um homem que utilizava um perfil falso de uma mulher em uma rede social para atrair crianças e adolescentes. Os crimes eram praticados em Acaraú, no interior do estado. Segundo a PF, o intuito do criminoso era induzir as vítimas a produzir material pornográfico e enviar para ele.
A ação aconteceu durante as operações Policiais “Salvaguarda” e “Destronado”, para proteger crianças e adolescentes, interrompendo crimes de produção, armazenamento e difusão de arquivos digitais contendo pornografia infantil. Outro homem também foi alvo da operação, em Fortaleza.
Ainda conforme a PF, o homem investigado em Fortaleza utilizava perfis em outras redes sociais para vender mídias de cunho sexual ao público, inclusive contendo pornografia infantil. A PF encontrou mais de 200 arquivos ilícitos.
Os investigados vão responder, quando presos, pelos crimes de armazenamento e divulgação de material pornográfico envolvendo criança ou adolescente, com penas de até 10 anos de prisão, sem prejuízo da descoberta de outros crimes mais graves praticados no material digital apreendido.
As investigações continuam com análise do material apreendido. Os nomes das operações remetem à proteção e garantia concedidas por autoridade ou instituição e ao nome de usuário do suspeito na internet.
Caso parecido em novela
Na novela Travessia, da TV Globo, para atrair Karina (Danielle Olímpia), um pedófilo aderiu a um método tecnológico. Por meio de ferramentas que utilizam inteligência artificial, ele emula o rosto e voz de uma atriz fictícia, que se chama Bruna Schuler (Giullia Buscacio), e é capaz até de realizar chamadas de vídeo sob a imagem modulada da artista. O recurso tem nome e já é conhecido do público: deepfake.
Capaz de adulterar registros de imagens, a técnica foi apresentada em outra forma e contexto no começo de Travessia, quando Brisa (Lucy Alves) é vítima de uma “brincadeira”, na qual uma uma foto dela é associada à de uma sequestradora de bebês.
Agora, o crime aparece por meio de vídeo, um recurso que a autora da novela, Gloria Perez, quis guardar para a trama da pedofilia, a fim de dar luz ao quanto essas atividades podem estar mais próximas do cotidiano do que se imagina. Na história, “Bruna” promete um trabalho como atriz a Karina, então, utiliza isso como desculpa para pedir à menina que tire a roupa, “avaliando” suas medidas.