A Polícia Civil de SP identificou dois alunos suspeitos de terem participação no ataque feito por um adolescente de 13 anos na Escola Estadual Thomázio Montoro, na zona oeste de São Paulo, na última segunda-feira (27/3).
Os dois adolescentes também são estudantes do colégio. Um deles foi identificado em imagens fornecidas pela escola à polícia conversando e entrando com o agressor no banheiro, minutos antes de ele golpear a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, e matá-la.
“Ele conversa ao lado do adolescente infrator em frente ao banheiro. Entra no banheiro com ele, sai antes e depois o agressor começa a praticar os atos”, afirmou no delegado Marcus Vinícius Reis, titular do 34º DP (Vila Sônia).
Segundo o delegado, esse menor já foi ouvido pela polícia, na presença da mãe, e negou qualquer participação no crime.
Já o outro suspeito foi identificado por meio de publicações nas redes sociais. De acordo com a polícia, ele é investigado pela suspeita de ter instigado o ataque por meio das postagens.
“Existem algumas postagens desse aluno no sentido de incentivar. Agora, teremos tempo para investigar essa possível coautoria, seja na instigação, induzimento ou auxílio material”, disse o delegado.
O policial afirmou que, pelos depoimentos, ficou claro que já havia conhecimento dos alunos de que o adolescente agressor postava fotos com armas de fogo, facas e que ele falava com frequência sobre massacres. “A premeditação e o planejamento estão muito claros para gente”.
Próximos passos
A partir de agora, a Polícia Civil vai focar na análise dos materiais encontrados nos aparelhos eletrônicos do agressor, que foram apreendidos. Nesta quarta-feira (29/3), o Ministério Público de SP deu parecer favorável à quebra do sigilo dos equipamentos. A investigação aguarda a autorização judicial para começar a analisar o material.
Além disso, a polícia ainda vai ouvir a professora Ana Célia da Rosa, que recebeu alta do Hospital nas Clínicas nessa terça (28). Ele deve ser ouvida na quinta (30), no período da tarde.
O delegado afirmou ainda que pretende ouvir a diretora de uma escola anterior onde o estudante infrator estudou. O colégio não é a mesmo que registrou boletim de ocorrência relatando o comportamento violento do aluno.
Ao todo, a polícia já ouviu cerca de 40 pessoas. Outra frente da investigação será a reconstituição da cena por meio das imagens de câmeras de segurança. A ideia é recapitular cronologicamente, passa a passo, as ações do adolescente até o início do ataque.
Ataque a escola
Na segunda (27), um estudante de 13 anos entrou na escola portando uma faca e com o rosto coberto por uma máscara de caveira semelhante à utilizada pelos assassinos no Massacre de Suzano, ocorrido em 2019 na cidade da Grande São Paulo.
Elisabeth estava em frente à mesa onde lecionava, conferindo o celular, quando o aluno de 13 anos a surpreendeu, e a golpeou ao menos 10 vezes pelas costas.
Segundo pais de estudantes, a professora teria apartado na semana passada uma briga entre o adolescente que a matou e outro estudante, e por isso se tornou alvo do agressor.
O aluno agressor foi apreendido, prestou depoimento e ficará internado na Fundação Casa.ado o ataque.