O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira que a meta da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China será atrair mais investimentos e diversificar o comércio bilateral entre os dois países. Hoje, a China é o maior parceiro comercial do Brasil. O governo avalia que há “muitas oportunidades” para avançar mais na relação.
— A meta é atrair mais investimentos, temos muitas possibilidades, energias renováveis, hidrogênio verde, infraestrutura, complexo da saúde área aeroespacial, educação, ciência e tecnologia, agricultura, turismo. Não tem uma área que não possa ser implementada um aumento, diversificação do comércio bilateral — disse Alckmin.
Pela manhã, Alckmin se reuniu com ministros no Itamaraty para dar início aos preparativos da viagem. Haverá ainda um segundo encontro para tratar das pautas específicas de cada pasta que serão aprofundadas com o governo chinês.
A previsão é que Lula viaje no final de março. Alckmin afirmou que não acompanhará o presidente e não confirmou a data da viagem, apesar dos preparativos.
Como o GLOBO mostrou, integrantes do governo comemoram a oportunidade da viagem do presidente à China pelas boas perspectivas em relação ao aumento do comércio e dos investimentos e pelo momento político importante — no início do mês haverá renovação dos principais cargos executivos em Pequim.
Lula levará a mensagem de que, com um presidente da República mais “amigável”, o Brasil voltará a ser não apenas um parceiro atrativo, mas um fornecedor confiável de commodities agrícolas e minerais à China. O presidente transmitirá ainda a ideia de que o Brasil é um país preocupado com a economia verde, a inclusão digital e a reindustrialização, além de buscar a melhora das relações bilaterais.
A sinalização de que a China quer reforçar sua relação com o Brasil, após um período conturbado no governo anterior, foi dada pela vinda do vice-presidente chinês, Wang Qishan, à posse de Lula, destacou uma fonte. Além de temas econômicos, como o aumento dos frigoríficos habilitados a exportar carnes para a China e a atração de novos investimentos para obras de infraestrutura e logística, Lula quer discutir questões como uma solução para o conflito na Ucrânia e acordos de cooperação em ciência, tecnologia e satélites.
— Lula está corretíssimo. Precisamos promover a paz. A articulação até com países não diretamente envolvidos é importante. Temos um histórico de trabalhar pela paz e a liderança do Lula pode fazer a diferença — afirmou Alckmin após a reunião sobre a guerra na Ucrânia.