Equipes de resgate da Turquia e da Síria enfrentam, nesta quarta-feira, as chamadas horas “cruciais” para encontrar sobreviventes entre os escombros. O saldo de mortos do terremoto de magnitude 7,8, que atingiu os dois países na segunda-feira, já ultrapassa os 11 mil. Em meio ao frio severo e à devastação causada pelos tremores de terra, socorristas locais começaram a receber ajuda de profissionais de outros países. Este já é um dos desastres naturais mais mortais deste século.
O balanço mais recente do governo turco é de 9.057 mortes no país. Nesta quarta, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, visitou a cidade de Kahramanmaras, epicentro do terremoto.
— Enfrentamos dificuldades no início com os aeroportos e as estradas, mas hoje estamos melhores e amanhã estaremos melhores — afirmou o chefe de Estado após críticas da população com a lentidão da ajuda. — Estamos diante de um grande desastre. Meu povo sempre tem paciência. Tenho certeza de que minha nação mostrará paciência novamente.
Na Síria, foram contabilizadas 2.662 mortes, considerando tanto as áreas sob controle do regime de Bashar al-Assad quanto as zonas opositoras.
Os Capacetes Brancos, grupo de socorristas das áreas rebeldes na Síria, pediram nesta quarta-feira à comunidade internacional o envio de equipes para ajudar nos trabalhos de resgate.
— Pedimos à comunidade internacional que assuma sua responsabilidade com as vítimas civis. Precisamos que as equipes internacionais de resgate entrem em nossas regiões — afirmou à AFP o porta-voz dos Capacetes Brancos, Mohammad al Chebli. — É uma verdadeira corrida contra o tempo, as pessoas morrem a cada segundo. De acordo com nossas informações, centenas de famílias continuam desaparecidas ou presas nos escombros.
Na terça-feira, o ministro do Interior turco alertou que as próximas 48 horas seriam “cruciais” para encontrar sobreviventes do abalo sísmico, que levou o governo a declarar sete dias de luto nacional. Esse é o pior terremoto que na Turquia desde 1999, quando um tremor de terra matou 17 mil pessoas, mil apenas em Istambul.
A imagem esperançosa de uma recém-nascida resgatada com vida dos destroços, no lado sírio da fronteira, contrasta com o desalento de um pai que segurou por horas a mão da própria filha, morta na Turquia. Mesut Hance ficou foi fotografado ao lado da criança, que teve o corpo preso entre dois blocos de concreto.