A Polícia Civil do Distrito Federal informou, na madrugada desta terça-feira (24), que encontrou mais três corpos supostamente relacionados ao desparecimento de 10 pessoas da família da cabelereira Elizamar da Silva. Eles estavam dentro de uma cisterna, em Planaltina, no DF. Três suspeitos foram presos pelo crime e um quarto é procurado.
As vítimas não foram reconhecidas, mas o delegado Ricardo Viana, da 6ª Delegacia de Polícia, do Paranoá, afirmou que os corpos são de duas mulheres (uma delas adolescente) e um homem. Três pessoas ainda seguem desaparecidas:
- Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos, marido de Elizamar Silva;
- Claudia Regina Marques de Oliveira, ex-mulher de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, pai de Thiago;
- Ana Beatriz Marques de Oliveira, filha de Claudia e Marcos Antônio.
O total de corpos encontrados chega a 10, o mesmo número de desaparecidos. Cinco já foram oficialmente identificados:
- Elizamar da Silva: cabeleireira, encontrada morta;
- Rafael da Silva: filho de Elizamar e Thiago, encontrado morto;
- Rafaela da Silva: filha de Elizamar e Thiago, encontrada morta;
- Gabriel da Silva: filho de Elizamar e Thiago, encontrado morto;
- Marcos Antônio Lopes de Oliveira: pai de Thiago e sogro de Elizamar, encontrado morto;
Outros dois corpos, que foram encontrados carbonizados em um carro em Unaí (MG), ainda não foram oficialmente identificados. Mas ambos são de mulheres e a polícia acredita que sejam de:
- Renata Juliene Belchior: mãe de Thiago e sogra de Elizamar;
- Gabriela Belchior: irmã de Thiago e cunhada de Elizamar.
Corpos em cisterna
Segundo o delegado Ricardo Viana, um dos suspeitos pelo crime colaborou com a investigação e forneceu a localização dos corpos encontrados na madrugada desta terça.
As vítimas foram localizadas dentro de uma cisterna, com sinais de violência, a cerca de cinco quilômetros da casa abandonada onde Renata e Gabriela teriam sido mantidas em cativeiro antes de serem mortas.
O crime
Carro encontrado carbonizado em Cristalina, Goiás, é de cabeleireira Elizamar da Silva, desaparecida no Distrito Federal — Foto: Polícia Civil/Divulgação/Reprodução/Redes Sociais
A cabeleireira Elizamar da Silva, de 39 anos, e os três filhos pequenos sumiram no dia 12 de janeiro. No dia seguinte, o veículo dela foi encontrado com os quatro corpos queimados dentro, perto de Cristalina (GO), no Entorno do DF. O marido dela, Thiago Belchior, também desapareceu.
Três dias depois, familiares reportaram o desaparecimento de mais três pessoas da família: o pai, a mãe e uma irmã de Thiago, respectivamente: Marcos Antônio Lopes de Oliveira, Renata Juliene Belchior, e Gabriela Belchior.
O carro de Marcos Antônio, sogro de Elizamar, foi encontrado carbonizado, com dois corpos dentro, no fim de semana do desaparecimento da família. Por fim, a ex-mulher de Marcos e a filha deles Claudia Regina Marques de Oliveira e Ana Beatriz Marques de Oliveira também desapareceram.
Inicialmente, com base no depoimento de um dos suspeitos, a polícia chegou a acreditar que Thiago e Marcos Antônio tinham arquitetado o crime e fugido. Mas depois, ficou confirmado que eles também foram vítimas da chacina.
O corpo do sogro da cabeleireira foi encontrado enterrado e esquartejado perto da casa usada como cativeiro pelos criminosos, em Planaltina.
A investigação
Três suspeitos já foram presos por envolvimento no desaparecimento da família: Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa e Fabrício Silva Canhedo.
O primeiro trabalhava com Marcos Antônio, sogro de Elizamar e pai de Thiago, e o delegado do caso afirma que encontraram o suspeito com as mãos queimadas. O segundo, confessou o crime à polícia e disse, ainda, que os assassinatos foram encomendados por Thiago e Marcos Antônio. O terceiro foi preso depois disso.
A principal tese, agora, é de que a chacina tenha sido motivada por dinheiro. Todos os suspeitos moravam próximos ao sogro da cabelereira e sabiam que a família tinha recebido quantias de dinheiro recentemente.
No fim de semana, a polícia informou que nome e fotos de um quarto suspeito, Carlomam dos Santos Nogueira, que é procurado. As investigações apontam que Carlomam conhecia as vítimas e pelo menos um dos outros suspeitos.
Foto de 2018 de Carlomam dos Santos Nogueira, 4º suspeito de ter participado da chacina de família no DF — Foto: Polícia Civil do DF/Divulgação