É o fim de um pesadelo para uma família inteira. Yuri Rodrigues da Silva estava preso, preventivamente, há 7 dias.O jovem deixou a prisão vestindo o uniforme de confeiteiro que usava quando foi detido. Desde aquele momento, ele alega ser inocente.
“Eu nunca peguei nada de ninguém, tenho 22 anos, nunca fui preso, nunca cheguei nem perto de ser preso. Sempre fui correto”, conta o confeiteiro.
A liberdade provisória foi concedida com parecer favorável do Ministério Público, que considerou a prisão do jovem desnecessária, mas não o livrou da acusação.
“É o começo, a gente não vai parar por aqui. Agora, vamos provar a inocência dele por completo”, acrescenta o pai do rapaz, Ilson Teixeira.
O crime ocorreu no dia 9 de julho de 2021. Um assalto a uma residência na Zona Sul da capital gaúcha. Na época, a polícia apontou 3 suspeitos, que chegaram a ser presos. Mas, no final do ano passado, durante um segundo reconhecimento dos autores, a vítima do assalto mudou de versão, e acusou Yuri Rodrigues da Silva de ser um dos criminosos.
Durante a audiência de custódia, Yuri foi questionado se reconhecia o nome de uma mulher como sendo de sua mãe, e negou. Segundo a defesa, essa seria uma das provas da confusão que levou à prisão equivocada, já que um dos suspeitos teria o mesmo nome de Yuri. Outra prova seria o cartão de ponto do rapaz, que prova que ele estava trabalhando no horário do crime – versão também confirmada pelo patrão de Yuri.
“Não há indícios bastante de autoria, para mim, para a manutenção de uma prisão preventiva, tão pouco, um rapaz réu primário, com residência fixa, com emprego formal. Isso foi um completo erro, um completo erro do Estado”, argumenta o advogado Giovane Severo.
Mesmo com esse alívio, o questionamento e a revolta sobre os motivos da prisão permanecem com a família de Yuri. “Fico mais preocupado com o psicológico do meu filho. Meu filho saiu do emprego dele algemado. Por causa da cor da pele dele, será? Por que ele tinha uma tatuagem na mão? Um negro não pode fazer isso? Não pode ter uma tatuagem? Meu filho trabalhava para fazer isso”, conclui o pai do jovem.