O ex-jogador Roberto Dinamite morreu, aos 68 anos, neste domingo (8). O ídolo do Vasco da Gama lutava contra um câncer no intestino e não resistiu às complicações da doença. A informação foi confirmada pelo Vasco da Gama.
No último sábado (7), o ídolo vascaíno teve complicações da doença, descoberta no fim de 2021, e precisou ser internado no Hospital da Unimed, no Rio de Janeiro. Hoje de manhã, ele não resistiu e morreu.
“É com o mais profundo pesar que o Vasco da Gama recebe a informação que o #MaiorDeTodos nos deixou neste domingo. Carlos Roberto de Oliveira, o Dinamite, dedicou 29 dos seus 68 anos ao Clube, como atleta e Presidente. Te amaremos para sempre, Calu”, disse o time carioca (veja a nota na íntegra abaixo).
Ainda não há informações sobre o velório, mas o clube carioca sugeriu que o velório ocorresse em São Januário, o estádio do Vasco da Gama.
Ídolo do Vasco
Nascido em Duque de Caxias em 15 de abril de 1954, Carlos Roberto de Oliveira viu seu destino se cruzar com o Vasco em 1969. O “olheiro” Gradim de Caxias apresentou o jovem de 15 anos (na época conhecido pelo epíteto de “Calu” e que jogava no clube amador São Bento) para fazer um teste em São Januário sob o comando de Célio de Souza, técnico dos juvenis do Cruz-Maltino. Logo se destacou por seus gols de cabeça e pela colocação na área.
Dinamite fez 708 gols pela equipe de Vasco e, entre 2008 e 2014, foi presidente do clube. O clube deixou em vida uma homenagem ao camisa 10: uma estátua que fica atrás de um dos gols de São Januário.
Dinamite também deixa o legado de ser o maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro, com 190 gols marcados na competição, e do Campeonato Carioca, com 284 gols.
Além do Cruz-Maltino, o craque ainda teve passagens pelo Barcelona (ESP) e defendeu a Portuguesa e o Campo Grande. Atuou também pela Seleção Brasileira na Copa de 1978 e esteve no grupo de convocados de 1982. Fora de campo, foi eleito vereador em 1992 e posteriormente teve cinco mandatos como deputado estadual.
O Vasco da Gama emitiu um comunicado oficial em que resume assim a relação entre o então jogador e o clube: “O Roberto era Vasco. O Vasco era Roberto”. O time carioca também afirmou ser com “inestimável pesar” a necessidade de informar a morte do ídolo.
Nota oficial do Vasco
“O Vasco da Gama comunica com inestimável pesar o falecimento do maior ídolo da história do clube, Carlos Roberto de Oliveira, o Dinamite, aos 68 anos em decorrência a um câncer no intestino.
Natural da cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Roberto Dinamite demonstrou intimidade com a bola logo na infância e chegou ao Vasco da Gama, ainda nas categorias de base, no ano de 1969. Três anos depois, o então “Calu” (como era conhecido desde as partidas que disputava ainda no seu bairro de nascença) chegou aos profissionais do Gigante. No dia 14 de novembro de 1971, em um confronto contra o Bahia pelo Campeonato Brasileiro, o jovem de dezessete anos fez, pela primeira vez, aquilo que vira a repetir em outras 1109 oportunidades.
Não demorou muito para que a torcida vascaína o visse explodir. No dia 25 de novembro, contra o Internacional, no Maracanã, Roberto venceu adversários com facilidade e marcou o seu primeiro gol como profissional pelo clube. Uma verdadeira explosão, como destacou o Jornal dos Sports, e que se repetiu por outras 707 vezes. Roberto então virou um símbolo de Vasco da Gama. Gerações foram criadas considerando uma verdadeira simbiose entre os dois.
O Roberto era Vasco. O Vasco era Roberto. Em 1974, Dinamite foi o verdadeiro ponto de arranque rumo ao primeiro título de Campeonato Brasileiro do Clube, sendo o artilheiro da competição com 16 gols marcados. Nos anos seguintes, a consagração com artilharias nacionais e estaduais. Além das convocações para as Copas do Mundo de 1978 e 1982. Na primeira oportunidade, Roberto foi o artilheiro da Seleção Brasileira no mundial.
No início da década de 80, Roberto Dinamite deixou o Vasco da Gama rumo ao Barcelona (ESP). Mas a separação durou apenas três meses e logo o artilheiro estava de volta à Colina. E não demorou muito para que ele voltasse a explodir em festa a torcida. Em um jogo contra o Corinthians, no Maracanã, Dinamite marcou cinco gols na vitória cruzmaltina por 5 a 2.
Foram mais 12 anos de Vasco da Gama, sendo nove ininterruptos, somatizando títulos; artilharia; e cultivando um amor e uma gratidão gigantesca. Até a sua aposentadoria e despedida dos gramados, em 1992.
Em 2008, Roberto Dinamite foi eleito Presidente do Vasco da Gama e reeleito em 2011. Ao longo deste período, o Clube conquistou a Copa do Brasil e a Série B do Campeonato Brasileiro.”