O novo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT), assumiu o cargo em cerimônia na sede da pasta nesta segunda-feira (2).
Dias ficará responsável pelo Cadastro Único, a base de dados dos programas sociais do governo. Hoje, há cerca de 90 milhões de pessoas inscritas.
No discurso de posse, Dias afirmou que vai atualizar o cadastro. “Abriremos já neste primeiro momento a atualização do Cadastro Único para dar mais segurança e eficiência”, declarou. “Vamos dar oportunidade quem não preenche requisitos sair voluntariamente.”
Ele pontuou que a pasta fará uma “busca ativa” para incluir nos programas as famílias que têm direito, mas estão sem acesso. “De pobre e de pobreza posso dizer que entendo, porque venho de lá”, disse.
Ele também coordenará uma das principais promessas de campanha do governo Lula, o Bolsa Família.
O ministro foi um dos articuladores petistas no Congresso que atuaram pela aprovação da PEC da Transição, que assegurou a continuidade da parcela mensal de R$ 600 do benefício.
O ministro já anunciou que vai revisar os beneficiários do programa para identificar fraudes e tentar zerar a fila de espera.
“Vamos reformular com muito diálogo o Bolsa Família. E sei que, na situação em que se encontra, não é uma tarefa simples. Vamos fazer a atualização do Cadastro Único”, explicou.
“Nada de pente-fino. Eu tenho 60 anos e sou do tempo do piolho. Pente-fino é para tirar piolho do cabelo, mais jovens nem sabem o que é isso. É política pública bem feita o que vamos fazer. Retomar integração com estados e municípios, com os parceiros da área social”, completou.
Em 2022, ano eleitoral, foram inseridos milhões de novos cadastros no Auxílio Brasil, programa da gestão Jair Bolsonaro. Um problema identificado pela pasta é relacionado às famílias unipessoais, formadas por apenas uma pessoa.
Há registros de integrantes de uma mesma família que fazem cadastro separadamente, para conseguir um valor maior do auxílio. Isso criou distorções no CadÚnico e dificulta o trabalho do governo na hora de mapear quem realmente necessita do benefício.
O ex-governador informou que a pasta pode usar informações do Censo de 2022 para atualizar a base de dados.
Equipe
Durante a cerimônia, Dias apresentou sua equipe, que havia sido anunciada na sexta (30):
- Secretário-executivo, Osmar Júnior, que foi vice-governador do Piauí em dois momentos – em um deles Dias era o governador. Osmar Júnior também foi deputado federal por dois mandatos, 2007 a 2015; e secretário de governo de Wellington Dias no estado, de 2019 a 2022;
- Secretário-executivo Adjunto, Ranniêr Ciríaco. Ele foi superintendente de gestão do governo do Piauí, chefe de gabinete no Senado e assessor parlamentar;
- A Secretaria do Cadastro Único e Gestão da Informação será chefiada por Letícia Bartholo, servidora pública que foi por 10 anos funcionária do MDS. Ela foi a diretora responsável pela implementação desta versão do CadÚnico;
- Secretaria Nacional de Renda e Cidadania ficará com Eliane Aquino, que já foi vice-governadora de Sergipe e vice-prefeita de Aracaju;
- Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, servidora pública que já atuou no MDS e no Ministério do Desenvolvimento Agrário. Atualmente está na Divisão de Planejamento do Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico (CADE);
- Secretaria Nacional de Inclusão Sócio Econômica, Luiz Carlos Everton, foi diretor do Banco do Nordeste e presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (CODEVASF);
- Secretaria de Assistência Social, André Quintão, deputado estadual de Minas Gerais em seu quinto mandato;
- Secretaria Nacional de Cuidados e Família, Laís Abramo, que coordenou grupo técnico da transição do governo Lula. Ela é professora da Universidade Católica de São Paulo e já foi diretora do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, de 2005 a 2015.
Quem é Wellington Dias
Aos 60 anos, Wellington Dias é natural de Oeiras, no Piauí. Trabalhou como bancário no Banco do Nordeste, no Banco do Estado do Piauí e na Caixa Econômica Federal, além de ter atuado como radialista.
Ele foi governador do Piauí por quatro vezes e eleito senador pelo estado nas últimas eleições.