O pai suspeito de ter assassinado os quatro filhos, na cidade de Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre, foi preso em flagrante durante a madrugada de hoje, na capital gaúcha. David Silva Lemos, 29, tinha a guarda compartilhada das crianças com a mãe, de quem estava separado desde agosto, e relatou informalmente aos policiais que buscava se vingar da ex-companheira.
O homem foi preso em flagrante pela Brigada Militar em um hotel. De acordo com o registro policial, ele estava na capital desde segunda (29) e foi encontrado abaixado no canto de uma sala.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito optou por ficar em silêncio ao chegar à delegacia e não deu mais detalhes do ocorrido. Informalmente, ele afirmou aos agentes que teria dado uma espécie de chá calmante para as crianças, na tarde de segunda-feira (12), para que dormissem.
As vítimas são três meninas, com idades de 6, 12 e 3 anos, que foram asfixiadas e esfaqueadas, e um menino, de 8, morto asfixiado.
Segundo o titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Alvorada, Edimar Machado, o homem não lidava bem com a separação do casal e as desavenças fizeram com que se vingasse dela usando as crianças. Ele teria passado o fim de semana com os filhos, uma vez que tinham a guarda compartilhada, e desde segunda-feira não respondia aos contatos da ex-companheira.
Os quatro homicídios ocorreram na casa em que ele morava junto com a avó das crianças, que não estava no local.
A mãe das crianças precisou ser sedada pelos profissionais do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
O homem será encaminhado ao sistema prisional gaúcho e será representado por um defensor público. “O homem informou que, em princípio, não constituirá advogado particular. Sendo assim, a partir de agora, a Defensoria Pública seguirá atuando na defesa dele e irá se manifestar somente nos autos do processo”, informou a Defensoria, hoje.
David Silva Lemos, 29, foi preso em hotel pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul Imagem: Reprodução.
Familiares e amigos relataram ao UOL que o relacionamento era conturbado. No dia 25 de setembro, a mãe das crianças chegou a procurar a Polícia Militar e solicitar medida protetiva ao Judiciário. À época, o homem foi imobilizado por vizinhos. A vítima relatou que foi arrastada pelos cabelos e ameaçada com uma faca.
Com lesões no rosto, ela contou à polícia que o agressor era seu ex-companheiro. Os dois tiveram um relacionamento por 11 anos, estavam separados desde agosto, quando passaram a residir em casas separadas. No entanto, quando o desentendimento ocorreu, eles viviam sob o mesmo teto para que ele pudesse auxiliar no cuidado com as crianças.