O Brasil colocará de novo a sua alegria em campo para buscar uma vaga na semifinal da Copa do Mundo depois de oito anos. Essa alegria, traduzida nas coreografias após os gols, passa pela escalação de um time ofensivo, desta vez, para enfrentar a Croácia, nesta sexta-feira (9), às 12 horas (de Brasília). A partida no estádio Cidade da Educação, em Doha, no Catar.
As equipes já se enfrentaram em outras duas oportunidades em Mundiais, com duas vitórias do time que ainda busca o hexacampeonato: Alemanha 2006 (1 a 0) e Brasil 2014 (3 a 1).
Mas enquanto o Brasil vem de goleada sobre a Coreia do Sul, a Croácia passou sufoco na disputa de pênaltis contra o Japão. A classificação croata, inclusive, veio graças a inabilidade dos batedores japoneses, que desperdiçaram três oportunidades. Há quatro anos, o time da icônica camisa quadriculada passou nas penalidades nas oitavas e nas quartas e na prorrogação semifinal.
“Há, sim, uma qualidade técnica individual e coletiva, há uma resiliência, persistência, e para chegar ao alto nível isso é preciso. Meu foco é repetir o padrão e fazer um jogo de excelência da seleção brasileira. Aí, quem for melhor vai passará”, analisou Tite na entrevista oficial de véspera do jogo.
No pouco período de treinamento liberado para a imprensa, foi possível ver que o lateral-esquerdo Alex Sandro está recuperado de uma chata lesão muscular na região esquerda do quadril. Ainda assim, como o próprio Tite havia dito, falta ao jogador testes de intensidade física e ritmo de jogo. Por isso, a tendência é seguir com o zagueiro Éder Militão na lateral-direita e Danilo improvisado na esquerda.
“Ele [Alex Sandro] vai treinar à tarde [quinta-feira] para ter a disponibilidade. Mas a tendência é de não participação. São lesões diferentes. Porque não há trabalho ainda forte. Tenho que ver departamento médico e físico. Vai depender de hoje à tarde”, disse Tite.
Meio-campo ofensivo
Certo é que o meio-campo voltará a atuar em sua maneira mais leve de jogar. Com a goleada sobre a Coreia, os jogadores levaram confiança à comissão técnica no sistema com apenas um volante. Ainda que a Croácia tenha um meio-campo infinitamente mais técnico, com o duas vezes Melhor do Mundo Luka Modric, por exemplo, Casemiro ganha a proteção de Militão e conta com a recomposição de Vini Jr. e Raphinha. Fred continuará no banco de reservas.
Caso realmente mantenha a equipe, essa será a primeira vez que Tite repetirá a escalação nas quatro partidas que disputou até aqui. A tendência então é que mande a campo Alisson; Éder Militão, Thiago Silva, Marquinhos, Danilo; Fred, Lucas Paquetá, Neymar; Raphinha, Richarlison e Vini Jr.
A alegria, vistas nas danças após os gols da última partida, devem continuar. O técnico Tite não gostou que nem todo o mundo, principalmente, os estrangeiros não gostaram do modo do brasileiro comemorar um gol. Ainda assim, garantiu que a seleção continuará com o seu estilo. Dependerá, obviamente, dos gols apenas.
“Não é minha seleção. É a seleção brasileira, que tenho responsabilidade de ser técnico. Eu lastimo muito e não vou fazer comentários de quem não conhece a história e cultura do Brasil, o jeito de ser. Eu quero ter a conexão com o meu trabalho, com as pessoas que se identificam comigo, com o meu trabalho, que sabem da minha história”, disse.
O técnico croata, Zlatko Dalić, não se esquivou da polêmica e disse que preferia que os seus jogadores não comemorassem gols da mesma forma, em gesto de respeito ao adversário.
“Eles têm que comemorar o gol do jeito que eles sabem. São festivos, alegres, demonstram a sua tradição. Se isso é respeitoso ou desrespeitoso com o adversário, não posso julgar. Não gostaria que os meus jogadores comemorassem dessa maneira, mas é uma diferença de cultura”, disse o treinador.
De volta às quartas
A Canarinho perdeu para a Bélgica nessa mesma altura do Mundial em 2018. O sonho do hexa foi adiado em quatro anos nos gols de Fernandinho (contra) e De Bruyne — Renato Augusto ainda diminuiu e viu outra bola passar rente à trave, e Gabriel Jesus reclamou de um pênalti, mas não foi o suficiente para avançar. Ainda quatro anos antes, diante da própria torcida, a seleção sofreu a maior derrota da sua história com os 7 a 1 diante da Alemanha. Pior ainda, na disputa do terceiro lugar, perdeu para a Holanda.
Para lembrar de uma campanha que terminou com título, no pentacampeonato, o Brasil venceu a Inglaterra nas quartas e a Turquia na fase seguinte. Na final, contra a Alemanha, Ronaldo Fenômeno marcou duas vezes e comandou o 2 a 0 para colocar a sexta estrela na camisa.
O vencedor do duelo entre Brasil e Croácia enfrentará quem passar de Argentina e Holanda. Os adversários se enfrentam também nesta sexta, mas às 16 horas (de Brasília),. A semifinal dessa chave acontecerá na terça, também às 16 horas, outra vez no Lusail.