O ministro Alexandre de Moraes determinou, na noite desta 2ª feira (31.out), que a Polícia Rodoviária Federal e as polícias militares adotem as medidas necessárias para desbloquear imediatamente os pontos obstruídos em rodovias pelo país. Desde a noite de domingo (30.out), caminhoneiros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) têm bloqueado estradas para protestar contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Moraes estipula multa de R$ 100 mil por hora — a partir da 0h desta 3ª feira (1º.nov) — e até a prisão do diretor-geral da PRF em caso de “omissão e inércia”. “O quadro fático revela com nitidez um cenário em que o abuso e desvirtuamento ilícito e criminoso no exercício do direito constitucional de reunião vem acarretando efeito desproporcional e intolerável sobre todo o restante da sociedade, que depende do pleno funcionamento das cadeias de distribuição de produtos e serviços para a manutenção dos aspectos mais essenciais e básicos da vida social”, aponta o ministro na decisão
A PRF registra, na noite desta 2ª, 321 ocorrências de interdição ou bloqueio de rodovias em 25 estados e no Distrito Federal. Segundo a corporação, 75 manifestações já foram desfeitas. Apenas o Amapá não registra ocorrências do tipo. Santa Catarina registra o maior número de ações: 46. Em seguida, vem o Paraná, com 34 (27 interdições e 7 bloqueios). Segundo apurou o SBT News, os manifestantes falam em uma paralisação de pelo menos 78 horas.
A maior interdição aconteceu na principal ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo, a Via Dutra. Em Barra Mansa, sul fluminense, caminhoneiros colocaram fogo em pneus. Pela manhã, o resultado era um congestionamento a perder de vista. No início da tarde, os bloqueios atingiram outros pontos da Via Dutra, como na altura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, sentido São Paulo. Empresas de ônibus tiveram que suspender a venda de passagens para viagens entre Rio de Janeiro e São Paulo.
Na tarde desta 2ª, a Justiça Federal do Rio de Janeiro ordenou o desbloqueio imediato da rodovia BR-393, a antiga Rio-Bahia. A mesma decisão foi tomada pela Justiça Federal em outros estados, como Mato Grosso do Sul e Paraná, bem como por justiças estaduais, como a de São Paulo, onde a remoção não ocorreu porque a primeira ação das polícias foi de negociar com os manifestantes. Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios foi fechada para veículos como forma de precaução a protestos de caminhoneiros, após a divulgação de que o local poderia ser um espaço para atos.
À noite, o ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou que determinou um reforço de efetivo para desbloquear as rodovias. “Situação das paralisações nas estradas sendo monitorada minuto a minuto pela PRF e governo federal. Acabo de determinar um reforço de efetivo, e de meios de apoio, a todas as ações possíveis para normalização do fluxo nas rodovias, com a brevidade que a situação requer”, escreveu Torres nas redes sociais.