Profissionais da educação, energia, saúde, transporte e coleta e lixo organizam uma greve geral na França nesta terça-feira (17). Os trabalhadores protestam pela alta dos preços e pedem aumento de salários.
No último domingo (16), milhares de pessoas saíram às ruas de Paris para protestar, após semanas de greves por salários mais altos, especialmente nas refinarias de petróleo.
O líder do partido de esquerda La France Insoumise, Jean-Luc Melenchon, marchou ao lado da vencedora do Prêmio Nobel de Literatura deste ano, Annie Ernaux. Ele convocou a greve geral para terça-feira.
“Você vai viver uma semana como nenhuma outra, nós é que começamos com esta marcha”, disse Melenchon à multidão.
Melenchon seguiu os passos de quatro sindicatos – mas não o maior da França, o moderado CFDT – que convocaram greves e protestos nesta terça-feira por aumentos salariais.
Os quatro sindicatos também convocaram os protestos para ajudar a proteger o direito à greve, depois que o governo ordenou a requisição de alguns trabalhadores das refinarias de petróleo, um movimento visto pelos sindicatos como uma violação de seus direitos constitucionais.
Posição do governo
Macron declarou na segunda-feira seu desejo de uma solucionar “o mais rápido possível” os protestos, segundo a BFMTV, afiliada da CNN.
O governo ordenou que grevistas em dois depósitos de combustível em Feyzin, perto de Lyon, voltassem ao trabalho na segunda-feira ou enfrentariam acusações criminais, segundo a ministra da Energia da França, Agnes Pannier-Runacher.
Lyon é uma das regiões mais atingidas do país, com quase 40% dos postos de gasolina sem pelo menos um combustível no domingo. Em outros lugares, quase um terço dos postos de gasolina ficaram sem pelo menos um combustível, com a situação prevista para piorar esta semana, de acordo com a primeira-ministra francesa Elisabeth Borne.
O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que as greves eram “inaceitáveis e ilegítimas”, porque os acordos salariais foram cumpridos com a maioria dos trabalhadores. “O tempo para as negociações já passou”, disse.
O ministro dos Transportes, Clement Beaune, disse à France Inter que a única saída para a crise é o fim das greves.
Possíveis impactos da greve
Os passageiros podem enfrentar dias de caos nas viagens se as greves planejadas na rede de transporte público de Paris e partes da rede ferroviária nacional prosseguirem.
O ministro Clement Beaune disse que nas regiões mais afetadas, apenas um em cada dois trens estará funcionando nesta terça-feira.
A ação industrial ocorre em um cenário de aumento do custo de vida na França, onde as contas de eletricidade estão aumentando como resultado de um corte no fornecimento de gás natural russo que provocou uma crise energética na Europa.