A morte da jovem Mahsa Amini durante sua detenção no Irã pela polícia da moral está relacionada a uma doença cerebral e não foi causada por espancamento, segundo um relatório médico divulgado pela República Islâmica nesta sexta-feira (7).
A Organização Forense Iraniana informou que “a morte de Mahsa Amini não foi causada por pancadas na cabeça e órgãos vitais”, mas por “intervenção cirúrgica devido a um tumor cerebral aos 8 anos”, segundo o relatório publicado pela televisão estatal.
Depois de ser presa pela polícia da moral em Teerã, a jovem de 22 anos morreu três dias após entrar em coma, no dia 16 de setembro. Amini foi acusada de descumprir o rígido código de vestimenta feminino da República Islâmica, que exige cobrir o cabelo com véu e usar roupas discretas.
Sua morte provocou protestos e uma onda de violência nas ruas, que resultou na morte também de muitos manifestantes e membros das forças de seguranças, além de centenas de prisões.
Um ativista segura uma placa que diz: “Justiça para Mahsa Amini” durante um protesto por sua morte no Irã, do lado de fora da embaixada iraniana em Buenos Aires, Argentina(Luis Robayo/AFP)
O Guia Supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, acusou na segunda-feira (3) seus ferrenhos inimigos, Estados Unidos e Israel, de fomentar a onda de distúrbios em todo o país.
“A morte da jovem partiu nossos corações”, disse o Guia Supremo, de 83 anos.
“Mas o que não é normal é que algumas pessoas, sem provas ou investigações, transformem as ruas em um perigo, queimem o Alcorão, as mulheres retirem o véu e queimem mesquitas e carros”, acrescentou Khamenei.