O presidente Jair Bolsonaro (PL) relatou nesta terça-feira que conversou com o senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR) e afirmou que as divergências entre os dois estão superadas. Depois da conversa, Moro declarou em redes sociais apoio a Bolsonaro contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Moro foi ministro da Justiça de Bolsonaro, mas pediu demissão em abril de 2020 acusando o presidente de tentar interferir na Polícia Federal (PF). Em março deste ano, o presidente chamou seu ex-ministro de “traíra” e “mentiroso” devido ao episódio.
— Foi uma conversa bastante amistosa. Apaga-se o passado, qualquer divergência que por ventura tenha ocorrido. O Sergio Moro foi uma pessoa que realmente mostrou o que era corrupção no Brasil — afirmou Bolsonaro, em entrevista à imprensa no Palácio do Planalto.
Bolsonaro afirmou que as divergências entre os dois estão superadas:
— Está superado tudo. Daqui para frente é um novo relacionamento. Ele pensa, obviamente, no Brasil e quer fazer um bom trabalho para o Brasil e seu estado. O passado é do passado. Não tem contas a ajustar.
O presidente disse que não tem nada de “desabonador” a falar sobre Moro e sobre o ex-procurador Delta Dallagnol, deputado eleito (Podemos-PR), que também declarou apoio a ele.
— Hoje em dia o passado faz parte do passado. Não tenho nada desabonador a criticar o Sergio Moro ou o Dallagnol, muito pelo contrário.
No ano passado, Moro chegou a lançar uma pré-candidatura a presidente pelo Podemos, com críticas tanto a Lula quanto a Bolsonaro. Depois que o projeto não deu certo, ele decidiu concorrer ao Senado.
O ex-juiz da Lava-Jato flertou com a candidatura do presidente durante toda sua campanha, com manifestações abertas de que Lula era seu adversário e compartilhamento de peça publicitária de Bolsonaro.
“Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro”, escreveu Moro nesta terça-feira.
Moro rompeu com Bolsonaro em 2020, após deixar o cargo de ministro da Justiça sob o argumento de que o presidente tentava interferir politicamente na Polícia Federal e ter acesso a informações confidenciais. Na ocasião, foi chamado de traidor pelo presidente e sua base.
O ex-ministro voltou a se aproximar do bolsonarismo e chegou a pedir que o ministro da Economia, Paulo Guedes, gravasse uma propaganda eleitoral para sua campanha, o que não foi atendido.