A suspeita está na Central de Polícia de Campina Grande, onde deve passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (14). O delegado disse que ela afirmou ter sido vítima de um golpe no interrogatório inicial. Outros documentos ainda serão analisados, e as investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos.
Foram ouvidos pais de crianças atendidas pela suspeita e também terapeutas que trabalhavam com ela. Além disso, a Polícia Civil entrou em contato com as instituições citadas nos documentos.
As investigações apontam que a mulher é pedagoga e chegou a começar uma graduação em psicologia em uma universidade privada, mas só cursou até aproximadamente metade da formação. Já o diploma de doutorado é falso, segundo a Polícia Civil, e ela nunca esteve no corpo discente da Pontifícia Universidade Católica.
A suspeita também apresentava declarações de mestrado na CBI de Miami e na Must University, nos Estados Unidos. O delegado afirma que ela iniciou mestrado na primeira instituição, mas não chegou a terminar. Quanto ao curso de mestrado da segunda universidade, a mulher nunca esteve na lista de discentes.
Investigações começaram após pais desconfiarem
As investigações começaram há cerca de dois meses, quando pais de crianças atendidas pela mulher passaram a desconfiar de alguns comportamentos dela. Segundo o delegado, além de expor excessivamente as crianças em seu perfil nas redes sociais, o diploma de doutorado a PUC apresentava inconsistências típicas de documentos falsos.
Outra atitude que despertou um alerta nos pais foi o fato da psicóloga apresentar o mesmo plano de tratamento para várias crianças, o que é inadequado, uma vez que cada criança autista possui particularidades e, por isso, os planos de tratamento costumam ser individuais.
“Cada criança precisa de um plano terapêutico individual, mas ela apenas pedia para mudar o nome”, afirmou Gilson Teles.