O movimento que reduziu a taxa de desemprego a 9,3%, o menor nível desde 2016, foi guiado por 22 estados, refletindo a redução disseminada do número de profissionais desocupados no segundo trimestre de 2022.
No período, Amapá, Ceará, Rondônia, Mato Grosso e o Distrito Federal registraram estabilidade na movimentação do mercado de trabalho, mostram dados divulgados nesta sexta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O estado de Pernambuco registrou o maior recuo da taxa de desemprego na passagem do primeiro para o segundo trimestre: com queda de 3,5 pontos percentuais na taxa de desocupação, de 17% para 13,6%. Alagoas, Pará, Piauí e Acre também se destacaram, com quedas de cerca de 3 pontos percentuais.
Já no confronto anual, ante o segundo trimestre de 2021, todas as 27 unidades da Federação tiveram queda significativa da taxa de desocupação.
Conforme os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), as maiores taxas de desocupação ao fim do segundo trimestre foram apuradas na Bahia (15,5%), em Pernambuco (13,6%) e em Sergipe (12,7%), e as menores, em Santa Catarina (3,9%), em Mato Grosso (4,4%) e em Mato Grosso do Sul (5,2%).
A pesquisa mostra também que 73,3% dos empregados do setor privado tiveram a carteira assinada no segundo trimestre de 2022, com destaques para Santa Catarina (87,4%), São Paulo (81,0%) e Paraná (80,9%). Na parte de baixo do ranking ficaram Piauí (46,6%), Maranhão (47,8%) e Pará (51%).
Desigualdade
O estudo revela ainda que, enquanto as taxas de desocupação das pessoas brancas (7,3%) e de homens (7,5%) ficaram abaixo da média nacional (9,3%), as das mulheres (11,6%) e de pessoas pretas (11,3%) e pardas (10,8%) continuaram mais altas no segundo trimestre deste ano.
A coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, afirma que, apesar da redução generalizada na taxa de desocupação em diversos recortes, a distância entre homens e mulheres no mercado de trabalho ainda é grande.
“A queda foi maior entre as mulheres, de 2,2 pontos percentuais, contra 1,6 ponto dos homens, porém, não foi o suficiente para diminuir a distância entre eles. A taxa [de desocupação] das mulheres é 54,7% maior que a dos homens”, lamenta Adriana.
O recuo disseminado da taxa de desocupação também atingiu o recorte cor ou raça. “A taxa referente aos pretos e pardos em relação aos brancos aumentou”, explica a pesquisadora. No recorte por idade, a taxa de desocupação de jovens de 18 a 24 anos recuou de 22,8% para 19,3%. “Foi, entre as faixas etárias, onde mais caiu. Mas, ainda assim, é uma taxa bastante elevada, bem acima da média”, completa ela.