Após alertas feitos por profissionais que trabalham com segurança da informação, o TSE (foto) trabalha com a possibilidade de sofrer ataques hackers às vésperas das eleições deste ano, informa o Estadão. Com isso, o tribunal vem implementando medidas para proteger o sistema eleitoral.
De acordo com um relatório interno ao qual o jornal teve acesso, a Corte não descarta ser alvo de um ataque como o que paralisou o STJ por uma semana, em novembro de 2020. À época, o Superior Tribunal de Justiça foi alvo de um “ransomware”, crime cibernético que sequestra dados e só os devolve mediante pagamento de resgate.
“Pensemos num ataque de ransomware, às vésperas do pleito de 2022, em que todos os computadores da Justiça Eleitoral amanheçam criptografados, apresentando uma mensagem em sua tela de pedido de resgate para a liberação de seus conteúdos. São situações extremas, mas perfeitamente possíveis de ocorrer, caso os adequados controles não sejam implementados”, diz um trecho do relatório interno, que foi elaborado por 9 técnicos do TSE e de tribunais eleitorais nos Estados.
Os técnicos também alertaram para a necessidade de debelar riscos de vazamento em massa do cadastro eleitoral, de manipulação do sistema de óbitos e direitos políticos para incluir candidatos inaptos e de acesso a dados restritos para venda ilegal no mercado paralelo. “Ocorrências como essas colocariam em xeque todo o sistema eleitoral e até mesmo a estabilidade do regime democrático de direito, catalisando as forças contrárias aos princípios democráticos que existem em nossa sociedade.”
O relatório fala sobre medidas de “readequação” para contar com uma “estrutura mínima para ações preventivas e reativas compatíveis com os riscos” nas eleições de 2022. O documento recomenda a definição, para cada tribunal regional, de número de técnicos atuando diretamente na segurança da informação, revisão de processos de trabalho e realocação de servidores.