O ex-presidente Michel Temer está considerando a possibilidade de lançar seu nome como candidato à Presidência da República pelo MDB. A ideia é a mesma de todos que já se colocaram como possibilidade de assumir a chamada terceira via: abocanhar a parcela do eleitor que não quer votar nem no presidente Jair Bolsonaro, nem no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para isso, ele teria que dar uma volta no MDB, especialmente na senadora Simone Tebet, que luta internamente no partido para se manter na disputa, a despeito de toda pressão feita pela ala emedebista que estará com Lula, especialmente no norte e no nordeste, e também da parcela que prefere se manter com Bolsonaro, como na região sul.
A reportagem conversou com aliados que estimulam a ideia. Dizem que a pretensão não é exatamente a de vencer a eleição, mas apostam que ele poderia obter cerca de 15% dos votos, de modo que ele se tornaria um ator político maior do que já é, podendo ser chamado com mais frequência para as mesas de decisões durante os próximos quatro anos. Há quem diga que Tebet poderia compor a chapa de Temer como vice, mas isso não está definido e outros nomes do MDB e de fora dele estão sendo cogitados.
Segundo entusiastas, Temer teria a oferecer com sua candidatura: votos “nem Lula, nem Bolsonaro”, adesão do empresariado, defesa de seu próprio legado do período em que presidiu o Brasil, discurso de pacificação.
Apesar de ser improvável que tudo isso se concretize, especialmente pelo adiantado da hora, a convenção que definirá o nome do candidato à Presidência do MBD — ou que optará por não lançar ninguém — está marcada para o dia 27 de julho, com possibilidade de ser adiada para 5 de agosto.