Os mais de 42 mil metros quadrados de área do Parque do Povo, local onde o São João de Campina Grande se concentra, ficaram pequenos para o tamanho da vontade de estar na festa mais uma vez. Público, artistas, comerciantes e outros trabalhadores não viam a hora de ocupar o espaço que há dois anos ficou vazio por causa da pandemia de Covid-19. No coração, a esperança de um evento alegre. No corpo, as cores da alegria que ele representa.
A cantora Vilma Menezes é uma das pessoas que não aguentava mais esperar pelo retorno da festa. Só nesta edição do festejo, ela tem quatro shows marcados. Mas na noite de abertura do evento, preferiu aproveitar a felicidade da retomada com a família, especialmente o filho de apenas 8 anos e outros parentes que viajam da Bahia para vender acarajé no entorno da festa.
“Voltar tudo agora é uma alegria muito grande, imensa, maravilhosa”, reforçou.
Victor e Vilma no São João de Campina Grande — Foto: Iara Alves/g1 PB
Já o pequeno Victor Hugo, filho de Vilma, caprichou na camisa xadrez. E quando chegou ao Quartel General do Forró ficou encantado com as bandeirolas, a músicas e todos os palcos que viu na primeira vez que foi ao local.
Esse tempo todo também não foi fácil para os comerciantes que vivem do que lucram no mês junino. É o caso de Franciilda Santos, conhecida como “Fia do Bom que Dói’, um drink que é famoso para quem gosta de festa junina.
“A expectativa tava enorme de saber que tem São João nesse ano. Tava na esperança de encontrar nossos clientes e amigos. Agradeço demais a deus por estar aqui com saúde. Triste porque muitos a gente perdeu [durante a pandemia]. Mas feliz porque estamos aqui comemorando essa festa linda que é o São João”, declarou a comerciantes que atua há mais de 20 anos no evento.
Franciilda e o esposo na noite de abertura do São João 2022 de Campina Grande — Foto: Iara Alves/g1 PB
Se no Parque do Povo há quem cante, trabalhe e conheça coisas novas, também existe quem lembra paixões antigas como dançar forró.
O zelador João Queiroz, de 64 anos, logo tratou de puxar a companheira para o meio de uma palhoça. Nada de anormal para as noites de São João em Campina Grande. Mas, nesse caso, nem havia música. O palco estava vazio, mas o casal já ensaiava não os tradicionais “dois pra cá, dois pra lá”, eles rodopiavam e ao mesmo sorriam com uma alegria que irradiou toda a ilha de forró.