Aquela famosa frase ‘não há nada tão ruim que não possa piorar’ nunca foi tão verdadeira no cenário atual da economia e serve de alerta para os consumidores que devem enfrentar reajustes ainda maiores aos já praticados pela Petrobras. Em entrevista ao ClickPB, nesta quarta-feira (1), o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo na Paraíba (SINDIPETRO-PB), Omar Haddad, alertou para a possibilidade de novos aumentos com a importação do produto que está sendo feito pelas distribuidoras.
“As distribuidoras estão comprando de outros fornecedores além da Petrobras, motivo pelo qual está tendo os aumentos. Estão pegando o preço médio entre importados e a Petrobras e estão jogando para os donos dos postos. Esses reajustes estão sendo aplicados independente da composição de preço da Petrobras. Vem produtos importados e das refinarias que foram privatizadas, além dos que são fornecidos pela Petrobras. Nós temos uma cultura de que o reajuste é dado pela Petrobras e essa referência está sendo mudada”, explicou.
Segundo ele, a produção da Petrobras não atende o mercado interno e novos pleitos estão entrando que possuem a vigência pelo preço produto importado (PPI) do mercado internacional.”O que ocasiona isso é devido também pelos cortes da Petrobras, ela não entrega o que o pessoal está precisando comprar. Isso nunca foi visto e é preocupante. A tendência é piorar enquanto permanecer esse cenário de guerra”, destacou.
Ele fez um alerta a sociedade e aos órgãos fiscalizadores para distorções de preços entre as distribuidoras que atuam no mercado paraibano a partir do Porto de Cabedelo. “É que essas empresas estão adquirindo combustíveis junto a Petrobras e outros importadores, cujos preços são influenciados pelo mercado internacional. Os pós de distribuição localizados em Suape, Guamaré e São Luís também estão tendo que conviver com esse problema”, disse.
Um levantamento feito pelo Sindicato mostra que as distribuidoras aumentaram entre R$ 0,10 e 0,20 centavos o preço do litro da gasolina nas últimas semanas.Essa elevação nos preços ocorre independentemente dos reajustes aplicados pela Petrobras. As distribuidoras alegam que esses reajustes estão ocorrendo em virtude da necessidade de importação do combustível para suprimento do mercado.
Ainda segundo ele, os postos revendedores adquirem produtos, como diesel e gasolina, por meio das distribuidoras e não diretamente da refinaria, cujo controle é da Petrobras. Neste sentido, é importante lembrar que os postos são apenas uma etapa na cadeia de comercialização dos combustíveis, sendo tão somente um repassador dos reajustes aplicados pela refinaria e distribuição.