A abordagem truculenta de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Sergipe contra Genivaldo Jesus dos Santos, de 38 anos, provocou forte reação depois que o homem morreu asfixiado. As imagens feitas por familiares mostram a vítima, que sofria de problemas mentais, sendo algemada e em seguida colocada no porta-malas da viatura, onde foi lançada uma bomba de gás lacrimogênio. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a vítima sofreu asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda. A PF abriu um inquérito para investigar a ocorrência, ocorrida na BR-101 no município de Umbaúba.
Veja abaixo a cronologia dos fatos que levaram a morte do homem:
Abordagem
Genivaldo foi abordado por três agentes da Polícia Rodoviária Federal na BR-101, no município de Umbaúba, enquanto estava em sua moto.
Familiares do homem descreveram que Genivaldo atendeu aos pedidos dos policiais. Em dado momento, ele levantou a camisa e falou que levava remédios no bolso, para indicar que tinha problemas mentais.
As imagens mostram que, com as mãos na cabeça, Genivaldo é revistado pelos policiais.
Agressão
O sobrinho de Genivaldo relatou ainda que, durante a abordagem dos policiais rodoviários, o homem foi agredido com empurrões e chutes na cabeça. Só depois ele entrou no carro da PRF.
As imagens mostram o momento em que os agentes imobilizam Genivaldo no chão. Um dos agentes coloca a perna sobre o pescoço do homem.
Cercados por populares, que registram a abordagem, os agentes também amarra os pés e mãos de Genivaldo. Imagens dos policiais cingindo a vítima foram compartilhadas nas redes sociais.
Gás lacrimogêneo
Em seguida, Genivaldo foi colocado dentro do porta-malas do veículo da PRF. O sobrinho da vítima, Wallyson de Jesus, relatou que na sequência os policiais jogaram uma “bomba de gás”, como definiu o jovem, dentro do carro.
Conforme as imagens e o relato do parente de Genivaldo mostram, os policiais permaneceram durante um tempo segurando a tampa do porta-malas. Alguns vídeos registraram essa situação por 30 segundos. Dentro do ambiente fechado, Genivaldo respirava o gás lacrimogênio.
A caminho da delegacia
Segundo a mulher de Genivaldo, Maria Fabiana, ela foi informada que o marido seria levado à delegacia.
Ao chegar no local, no entanto, a mulher descobriu que o Genivaldo estava, na verdade, no hospital.
A PRF informou que no trajeto até a delegacia Genivaldo “passou mal, foi socorrido e levado para o Hospital José Nailson Moura”.
Hospital
Quando chegou ao Hospital José Nailson Moura, Maria Fabiana se deparou com um policial realizando uma massagem cardíaca no marido, relatou o sobrinho de Genivaldo.
Morte
Maria Fabiana conta que a médica a informou de que Genivaldo já chegou morto ao hospital. O procedimento para tentar reanimá-lo foi feito pela equipe apenas “por fazer”, pois tinham certeza que não teria resultado.
A PRF afirma que, após Genivaldo ter passado mal na viatura e ter sido levado à unidade de saúde, “foi atendido e constatado o óbito”.