Uma mulher transexual de 26 anos foi espancada por dois homens na madrugada deste domingo (27) na região do Terminal Parque Dom Pedro II, no Centro de São Paulo.
No boletim de ocorrências registrado na Delegacia da Mulher, Fernanda Frazão narrou que estava comendo um lanche fora do terminal quando foi agredida por um homem que questionou se ela estava fazendo programa no local.
Frazão afirma que revidou o soco e, na sequência, foi agredida por um segundo rapaz, que seria amigo do primeiro agressor.
Ao fugir do local, ela diz que foi se refugiar dentro do Terminal Parque Dom Pedro II e foi seguida pelos dois agressores, que gritavam palavrões e diziam que iriam amarrá-la com uma corrente.
Lá dentro, eles deram chutes, socos e pisaram no rosto da vítima, sem nenhuma possibilidade de defesa.
As agressões só cessaram após usuários do terminal terem intervido e gritado por socorro dos seguranças que trabalham no local, de acordo com o registro policial.
Ao fugirem, os agressores ainda levaram uma peruca que Fernanda Frazão usava.
Coletivo posta mensagem sobre agressão sofrida por Fernanda Frazão no Centro de São Paulo. — Foto: Reprodução/Instagram
A mulher foi socorrida na AMA da Sé e registrou boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) do Centro. O delegado pediu um exame de corpo de delito, que foi feito no IML Central de São Paulo, e também pediu um retrato falado dos agressores.
Fernanda Frazão faz parte do grupo de ativistas chamado “Coletivo Arouchianos”, que reúne ajuda para a população LGBTQIA+ carente que reside nas ruas do Centro.
O coletivo informou que vai solicitar que a CPI da Violência Trans, da Câmara Municipal de São Paulo, peça à SPTrans as imagens das câmeras de segurança para que os agressores sejam identificados.
Por meio de nota, a SPTrans lamentou o episódio ocorrido neste domingo (27), “quando a vítima entrou no Terminal Pq. D. Pedro II para pedir ajuda, por volta das 3h05, após ser agredida nas imediações do terminal”.
“O socorro foi feito de imediato pelos funcionários da empresa que administra o terminal, e que deram apoio no encaminhamento ao atendimento médico hospitalar”, disse a empresa.
“A SPTrans repudia qualquer tipo de agressão, violência ou discriminação no transporte e dependências públicas por esta razão realiza campanhas educativas sobre tolerância e respeito com materiais afixados nos ônibus, terminais e publicados em seus perfis nas redes sociais. A SPTrans segue à disposição da polícia para auxiliar nas investigações”, completou.
Procurada pela reportagem, Fernanda disse que está “muito triste” pelo episódio “mas com fé que vai melhorar” dos ferimentos.
“Gostaria muito que a polícia consiga as imagens do terminal pra ajudar [a achar os agressores]”, declarou a moça.