Em um vídeo enviado há duas semanas, segundo os parentes, Silvana explicou que a família não tinha como deixar a cidade. Ela estava abrigada no apartamento da sogra junto com o marido. Explicou que a cidade faz fronteira com a Rússia e não dá para sair por lá. A outra opção é atravessar todo o território do país para sair por outra fronteira, mas essa opção não era viável.
Ela também relatou dificuldade em conseguir comida, de se locomover, falta de táxi e de internet. A comunicação dela com a família estava sendo apenas através de dados móveis e a artesã chegou a avisar que poderia perder o contato com os parentes do Brasil a qualquer momento.
Apesar disso, Silvana se comunicava todos os dias até 3 de março. Na ocasião, chegou a ligar para a família e, depois, não fez mais nenhum contato, nem comunicou se iria ficar sem internet.
Maripuol tem cerca de 400 mil habitantes. Na semana passada, uma tentativa de evacuar a população civil fracassou devido aos constantes bombardeios russos, mas, nesta terça-feira (15), o conselho municipal informou que dois mil carros particulares conseguiram deixar a cidade.
Segundo a sobrinha de Silvana, Maria Beatriz, o governo brasileiro só informa que tem um grupo em um aplicativo de mensagem para que os brasileiros possam entrar em contato e assim pegar um trem para tirá-los da Ucrânia pela Polônia e depois pegar um voo para o Brasil, porém os cidadãos brasileiros precisam de internet para entrar em contato. Não tem equipe específica dentro do país para retirar os brasileiros
A família acompanha grupos internacionais em busca de informações sobre bombardeios na rua em que ela estava, mas não conseguiu obter informações sobre Silvana.
A mãe de Silvana, Dona Antônia, tem esperanças de encontrar a filha: “Se ela tivesse morrido ela tinha vindo me dá um aviso, ela tinha vindo me dá um abraço”.
Os familiares também entraram em contato com a embaixada do Brasil e com a Frente Brazuca para pedir notícias, mas também não obteve sucesso.
Ainda conforme a família, o filho de Silvana está a trabalho em Taiwan e tentará entrar na Ucrânia em breve para procurar por notícias da mãe.
Mais de 2.500 moradores da cidade portuária do Mar Negro de Mariupol, na Ucrânia, foram mortos desde que a Rússia invadiu o país em 24 de fevereiro. A informação é do conselheiro presidencial Oleksiy Arestovych numa entrevista televisionada na segunda-feira (14).
Mariupol está sob cerco do exército russo desde o dia 28 de fevereiro, sem fornecimento de água, energia e gás para aquecimento.
Ela é uma cidade estratégica porque, ao ser dominada, quebra-se o fornecimento de provisões do exterior para a Ucrânia via mar.