O governador João Azevêdo (PSB) criticou nesta segunda-feira (14) a política adotada pela Petrobras. Chamada de Preço de Paridade de Importação (PPI), ela foi instituída em 2016 no governo de Michel Temer e estabelece que os preços de derivados de petróleo nas refinarias sejam formados a partir das cotações no mercado internacional, acrescidas de custos de internação dos produtos.
Na sua fala, João Azevêdo rejeitou a ideia de privatização da estatal, como sugerida pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O gestor acredita que a criação de um fundo de compensação para subsidiar o custo da produção do petróleo no Brasil seja uma opção viável para que os preços nos combustíveis não sofram sucessivos aumentos.
“Eu não acho que a privatização seja o caminho. O que precisamos voltar a ter no Brasil em relação a Petrobras é que os custos para produção de petróleo sejam feitos em reais e que esse preço em real é que deva ser cobrado da população brasileira. Quando você dolariza o preço fica sujeito a variações de mercado, como agora está acontecendo, em que uma guerra entre Rússia e Ucrânia fez o barril de petróleo subir, pois importamos muito combustível”, disse.
“Aí fica uma empresa superavitária e que tem lucros extraordinários sem que o benefício seja transferido para a sociedade. Basta vez que a Petrobras teve um lucro no ano passado de R$ 103 bilhões, que foi repartido aos acionistas. Poderia existir um fundo de compensação para que parte desse dinheiro seja justamente para subsidiar o custo e não transferir tudo para o consumidor. Esse é o grande problema hoje da Petrobras”, declarou.