A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), através do Monitor de Secas referente ao mês de janeiro de 2022, informou que o fenômeno ficou mais brando na Paraíba, onde a área total com seca recuou de 100% para 85% do estado no mês, o que representa a menor área desde dezembro de 2020, quando 83% do território paraibano passaram por seca.
Ainda conforme o relatório da ANA, desde maio de 2021, esta é a primeira vez que a Paraíba registra áreas livres do fenômeno. A seca fraca desapareceu em 15% do estado.
Com seca grave em 33% da Paraíba, o estado registrou a situação mais branda do fenômeno desde novembro de 2021, quando 40% do território passaram por seca grave.
Situação nacional
Considerando o recorte por região, o Sul registrou o maior percentual de área com seca: 98%. No Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste houve um recuo do fenômeno respectivamente de 68% para 60%, de 43% para 34% e de 64% para 54%. Com isso, o Nordeste foi a região com menor percentual de território com seca em janeiro.
Entre dezembro e janeiro, em termos de severidade da seca, 10 estados tiveram um abrandamento do fenômeno no último mês segundo o Monitor de Secas: Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, São Paulo e Tocantins. Tanto no Espírito Santo quanto no Maranhão o fenômeno deixou de ser registrado, situação do Distrito Federal desde dezembro. No sentido oposto, os três estados da região Sul – Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – tiveram uma intensificação da seca juntamente com Mato Grosso do Sul. Em outros quatro estados, a severidade do fenômeno se manteve estável: Alagoas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Considerando as quatro regiões integralmente acompanhadas pelo Monitor de Secas, a maior severidade observada em janeiro aconteceu no Sudeste, que registrou 6% de seca excepcional, a mais severa da escala do Monitor, apesar da melhora das condições em comparação a dezembro. O Centro-Oeste teve a segunda maior severidade de janeiro, com 1% de seca excepcional e 10% de seca extrema. No Sul houve um agravamento do quadro, mas ainda registra uma severidade menor que o Sudeste e o Centro-Oeste, com 7% de seca extrema. Já o Nordeste teve a menor severidade do último mês e foi a única região a não ter registro de seca extrema ou excepcional no período.
Entre dezembro e janeiro, o único estado que registrou aumento da área com seca foi Santa Catarina. Por outro lado, a área com o fenômeno diminuiu em 12 estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins. Nos casos do Espírito Santo e Maranhão o fenômeno desapareceu. Nas outras oito unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor, não houve variação do território com seca: Alagoas, Distrito Federal (que permaneceu livre do fenômeno), Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
Cinco estados registraram seca em 100% do território no último mês: Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Três unidades da Federação ficaram livres do fenômeno em janeiro: Distrito Federal, Espírito Santo e Maranhão. Os demais 13 estados acompanhados pelo Monitor apresentam entre 17,3% e 97,9% de suas áreas com o fenômeno, sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca.
Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, Mato Grosso lidera a área total com seca, seguido por Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás. No total, a área com o fenômeno foi de 2,6 milhões de quilômetros quadrados e, se fosse um país, seria o 10º maior do mundo, superando os 2,3 milhões de km² da Argélia.
Monitor de Secas
O Monitor de Secas é um processo de acompanhamento regular e periódico da situação da seca, cujos resultados consolidados são divulgados por meio do Mapa do Monitor de Secas. Mensalmente informações sobre a situação de secas são disponibilizadas até o mês anterior, com indicadores que refletem o curto prazo (últimos três, quatro e seis meses) e o longo prazo (últimos 12, 18 e 24 meses), indicando a evolução da seca na região.