João de Deus foi condenado, nesta segunda-feira (31), a mais 4 anos de prisão por violação sexual mediante fraude. Ainda na decisão, ele terá que indenizar uma mulher em R$ 20 mil por danos morais. Esta é a sexta condenação dele, sendo cinco delas por crimes sexuais durante atendimentos espirituais em Abadiânia. Cabe recurso.
Ao g1, o advogado de João de Deus disse que irá “recorrer da sentença condenatória em razão da fragilidade das provas produzidas pela acusação”. A defesa ainda reiterou o “comprometimento” dele ao atender “todas as ordens judicias”. A nota ainda repudiou “a exposição cruel e desarrazoada da imagem do médium João de Deus, sempre em contexto de espetáculo público”.
Conforme o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), a condenação é por um fato ocorrido no mês de agosto de 2018, do qual uma mulher foi vítima.
João de Deus: de líder religioso cultuado a condenado a mais de 60 anos por crimes sexuais
Ainda segundo o TJ-GO, João Teixeira de Faria foi condenado também a pagar à vítima indenização por danos morais no valor de R$ 20 mil. O juiz concedeu a ele direito de recorrer em liberdade, porém ele permanecerá em prisão domiciliar, por causa de outro processo.
De acordo com o Tribunal de Justiça, esta foi a quinta condenação de João de Deus por crimes sexuais. Além destas, ele já teve uma condeção por porte de arma. Veja todas as condenações:
- 4 anos prisão por violação sexual mediante fraude;
- por posse ilegal de arma de fogo, pena de 4 anos em regime semiaberto, novembro de 2019;
- por crimes sexuais cometidos contra quatro mulheres, condenado a 19 anos em regime fechado, em dezembro de 2019;
- por crimes sexuais cometidos contra cinco mulheres, sentenciado a 40 anos em regime fechado, em janeiro de 2020;
- por violação sexual mediante fraude, a dois anos e meio de reclusão, que podem ser cumpridos em regime aberto, em maio de 2021;
- por estupro e estupro de vulnerável contra quatro mulheres, a 44 anos de prisão.
João de Deus na Casa Dom Inácio, em Abadiânia, Goiás, em foto de 2015 — Foto: Reprodução/ TV Anhanguera
Prisão
No dia 7 de dezembro de 2018, mulheres começaram a denunciar que foram abusadas sexualmente pelo réu durante atendimentos espirituais na casa Dom Inácio de Loyola. João de Deus foi preso inicialmente no dia 16 de dezembro em 2018.
Em março de 2020, ele passou para o regime de prisão domiciliar. Porém, no dia 26 de agosto de 2021, o idoso voltou para o presídio. No mês seguinte, ele voltou ao regime domiciliar, em Anápolis, onde segue até esta segunda-feira (31).