SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) — Na última quinta (23), 55 raias, 3 tubarões-martelo e uma móbula (da família das raias) foram encontrados mortos na parte de vegetação da praia de Tanigwá, em Peruíbe, litoral sul de São Paulo.
A mortandade dos peixes foi informada pelo Instituto Biopesca, uma associação civil paulista dedicada à preservação da vida marinha, após ser acionada por integrantes da Prefeitura de Peruíbe.
De acordo com a associação, a principal suspeita é a de que os peixes tenham morrido em decorrência da ação humana, após ter contato com as redes de pescas. Algumas raias estavam com os ferrões cortados por lâminas, indicando a ação humana.
“Muito provavelmente, esses animais foram capturados por redes de pesca de arrasto, que têm como espécie alvo o camarão”, diz Rodrigo Valle, coordenador-geral do instituto, em nota.
Ainda de acordo com a ONG, a maior parte das raias pertence à espécie Rhinoptera bonasus (raia ticonha). Já a móbula encontrada era uma juvenil. “Todas as carcaças foram recolhidas e encaminhadas para análises. O Instituto Biopesca deve elaborar um relatório técnico sobre a ocorrência”, diz nota.
A associação disse ainda que, por causa do verão e do aumento do turismo no litoral paulista, há um esforço maior dos pescadores para atender o consumo de frutos do mar (principalmente o camarão) e, em alguns casos, pode colocar algumas espécies marinhas sob ameaça.
A pesca de arrasto, ainda segundo o instituto, é autorizada, mas desde que executada como técnica artesanal. Na modalidade, o pescador não pode usar embarcações movidas por motores.
“Essa técnica consiste na amarração das redes aos barcos por cordas ou correntes, permitindo que elas alcancem o leito de oceano e sejam arrastadas. Dessa forma, muitos animais que não são o alvo da pesca, como tartarugas, raias e tubarões, acabam presos e são descartados.”