BRASÍLIA — Na linha do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que os nomes de técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que apoiaram a vacinação infantil contra a Covid-19 com Pfizer devem ser divulgados. As declarações foram dadas em conversa com jornalistas nesta segunda-feira na sede da pasta.
— O serviço público é caracterizado pela publicidade dos seus atos. Então, todos os técnicos que se manifestem em processos administrativos tem que ser publicizados os atos, a não ser aqueles atos que são mais restritos. Mas não há problema em ter publicidade dos atos da administração. Acredito que seja até um requisito da Constituição.
Queiroga afirmou que também já sofreu ameaças, mas sem especificar de qual natureza, e que cabe à Polícia Federal investigar o caso.
— Isso aí é com a PF. Não é com o Ministério da Saúde. O corpo técnico da Anvisa tá trabalhando aí, fazendo o papel deles. (…) O ministro da Saúde tem compromisso com a saúde pública, pessoal. Essa questão é uma questão de segurança, não é? Então tem que ser tratado com as esferas competentes. ok?
No domingo, Bolsonaro afirmou que a vacinação de crianças contra a Covid-19 só deveria ocorrer com autorização dos pais e apresentação de “receita médica”. A exigência pode dificultar a imunização daquelas que têm pouco acesso a serviços de saúde.
— Se depender de mim, é o pai que decide (se a criança deve receber a vacina). Vai pedir receita médica também. Não é o governador ou prefeito quem vai decidir isso — disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores, em Praia Grande (SP).
A Anvisa liberou o uso da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos na última quinta-feira. O ministério, contudo, não tem reserva de doses pediátricas para o grupo.