A passagem de um tufão pelas Filipinas deixou ao menos 33 mortos, informaram as autoridades do país neste sábado (18).
O tufão Rai atingiu as regiões sul e central do arquipélago no Pacífico na quinta-feira (16) com ventos de até 195 km/h.
Mais de 300 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas e hotéis à beira-mar. Ao adentrar o território filipino, o tufão perdeu intensidade, com ventos de até 150 km/h, mas mesmo assim deixou um rastro de destruição: árvores e postes foram derrubados, casas de madeira ficaram danificadas, houve alagamentos e o acesso às telecomunicações foi cortado em algumas regiões.
O tufão também causou o cancelamento de voos e paralisou as atividades em portos. As autoridades decidiram postergar o início de uma campanha de vacinação em massa por causa da tempestade.
Cerca de 18 mil policiais, militares, salva-vidas e bombeiros foram mobilizados nas buscas por sobreviventes, informou à AFP Mark Timbal, porta-voz da agência nacional de desastres.
Fotos divulgadas pelo Exército filipino mostram casas que perderam seus telhados e escombros espalhados pelas ruas na cidade de General Luna, balneário que recebe muitos surfistas e turistas durante as festas de fim de ano.
Em Surigao, o tufão cortou as comunicações e destruiu estruturas de madeira. Imagens divulgadas pela Guarda Costeira mostram casas danificadas, palmeiras arrancadas pela raiz e campos de arroz inundados.
A ilha de Dinagat também foi “arrasada” pela tempestade e teve casas, barcos e terrenos destruídos, informou a governadora Arlene Bag-ao em rede social.
Segundo o vice-governador de Dinagat, Nilo Demerey, disse à emissora local ABS-CBN, os residentes “estão trabalhando para consertar suas casas pois até mesmo os centros de evacuação foram destruídos”. “Não têm onde se abrigar, está tudo destruído”, afirmou.
O governador de Bohol, Arthur Yap, disse à rádio DZBB que “famílias estão isoladas em seus telhados” e fez um apelo por ajuda, uma vez que os alagamentos dificultam os trabalhos de busca. “Todos nós [socorristas] aqui fomos afetados”, afirmou.
“Esta é uma das tempestades mais poderosas a atingir as Filipinas em um mês de dezembro na última década”, disse Alberto Bocanegra, chefe da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho no país, à agência de notícias AFP. “A informação que recebemos e as imagens que recebemos são alarmantes”.
O Rai atingiu as Filipinas tardiamente, já que a temporada de tufões no país asiático normalmente vai de julho a outubro. Este é o 15º tufão a atingir o país neste ano, e também um dos mais mortíferos.
A comunidade científica alerta que as mudanças climáticas tornam os tufões mais fortes, aumentando o seu potencial de destruição. Por isso, as Filipinas são um dos países mais vulneráveis à crise do clima.
No sábado, o tufão Rai já havia deixado as Filipinas e se encontrava no mar do Sul da China, avançando em direção ao Vietnã