O duelo entre Sport e Flamengo desta sexta-feira não vale mais nada para a Série A 2021, mas vai render desdobramentos — leia-se polêmica — fora de campo. A celeuma envolve o preço dos ingressos. O clube carioca acionou o STJD por considerar abusivo o valor de R$ 200 para os bilhetes da torcida visitante. Insatisfação respondida com ironia pelo vice-presidente jurídico do Leão pernambucano, Rodrigo Guedes: “Quem não quiser não compra.”
O argumento do Flamengo junto ao STJD, da abusividade do preço, baseia-se na distinção dos valores para as torcidas, o que, segundo o clube carioca, fere o Regulamento Geral de Competições da CBF. Insatisfação descabida, segundo Guedes.
— A nossa única obrigação é disponibilizar uma cota para a torcida visitante. Não há limite de preço, isso cabe ao clube estabelecer. Teve jogo do Atlético-MG, recentemente, em que valor médio do tíquete era de R$ 750 — afirmou, justificando o valor elevado em razão da alta procura por parte dos flamenguistas.
“É a lei da oferta e da demanda. Se há uma procura grande, não há problema a gente aumentar o valor. Agora, quem não quiser não compra. Não há imposição de nada.”
Ainda de acordo com ele, outra razão para o valor alto do bilhete é o custo de operações na Arena de Pernambuco. Na partida diante do Bahia, houve tumulto entre as torcidas organizadas dos dois clubes e danos ao patrimônio foram causados. Por isso, na partida contra o Flamengo, haverá um acréscimo no número de profissionais trabalhando.
— Os custos da Arena Pernambuco são elevados. Quanto mais torcedores, mais seguranças precisamos colocar. No jogo contra o Bahia teve quebra de catracas e cadeiras. Agora, vão ser cerca de 300 seguranças particulares — destacou.
Diferença de preços
Em relação à diferença dos preços, Guedes afirma que há um setor na Arena de Pernambuco em que o torcedor do Sport também precisará pagar os mesmos R$ 200 da torcida do Flamengo – embora na divulgação do clube, os ingressos para o mandante variem entre R$ 10 e R$ 100.
O advogado afirmou ainda que o Sport não recebeu, até o momento, nenhuma notificação do STJD, e classificou como “descabido” o pedido de devolução dos valores para os torcedores do Flamengo feito pelo clube carioca na ação junto ao STJD.
“Pedir, eles podem pedir até a mão de alguém em casamento. Receber é diferente. Não tem cabimento. O preço é esse e não é nada diferente do que se pratica por aí.”