Um asteroide chamado 4660 Nereus, de 330 metros de diâmetro fará uma passagem pela órbita da Terra no dia 11 de dezembro — uma semana antes da aproximação do asteroide (163899) 2003 SD220, de 800 metros. Embora o Nereus seja considerado um objeto potencialmente perigoso, não há risco de colisão, da mesma maneira que o outro objeto também não representa riscos para nosso planeta.
O mês de dezembro será agitado para os observadores. Além da passagem do cometa C/2021 A1 Leonard, que pode se tornar visível a olho nu nas próximas semanas, os dois asteroides que chamam a atenção pelas suas proporções quilométricas também serão alvo de estudos — e de uma certa dose de sensacionalismo, como costuma acontecer no noticiário quando o assunto são asteroides perto da Terra.
Esses estudos são importantes para podermos prever com precisão suas órbitas e trajetórias, caso eles se tornem uma ameaça real no futuro. Mesmo que já se conheça a órbita dos dois objetos em questão, é possível que algum deles tenha sua trajetória um pouco alterada no futuro. Por isso, agências espaciais e astrônomos em geral registram todas as informações possíveis de rochas potencialmente perigosas durante essas aproximações.
Imagens do 4660 Nereus feitas com o telescópio de Arecibo em 2002 (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech)
Por enquanto, não há com o que se preocupar. O visitante dia 11, o 4660 Nereus, passará por nós a uma distância segura de 3,93 milhões de quilômetros. Embora essa seja a maior aproximação desse objeto que veremos em décadas, isso ainda é equivalente a mais de 10 vezes da distância média entre a Terra e a Lua.
O Nereus completa uma volta ao redor do Sol em 1,82 ano, mas seu trajeto coincide com a posição da Terra apenas a cada 10 anos ou mais. Este ano terá sua maior aproximação desta metade de século — a próxima visita mais aproximada da Terra será em 14 de fevereiro de 2060, quando ele estará a mais de três vezes a distância entre a Terra e a Lua.
Ainda assim, é um objeto do grupo Apolo interessante para estudo de asteroides, já que suas passagens pela Terra são previsíveis e com pouco intervalos de tempo. Ele já foi considerado um candidato a alvo para missões como a Hayabusa, que acabou optando pelo Itokawa.