O homem mais alto do Brasil, Joelison Fernandes da Silva, que mede 2,37 metros, precisou remarcar para a próxima terça-feira (7) a cirurgia de amputação da perna direita. Segundo a esposa dele, Ezen Caroline, o procedimento foi adiado porque o hospital libera o leito para internação apenas dois dias úteis após o pagamento dos serviços.
Ninão, como Joelison é conhecido, precisa amputar a perna por causa de uma ostomielite – doença infecciosa que atinge os ossos – diagnosticada há cerca de quatro anos. A amputação é indicada porque o paraibano, que tem 36 anos, já não consegue andar nem ficar de pé.
A cirurgia, realizada com recursos arrecadados em uma campanha feita na internet, precisou ser antecipada devido ao agravamento da infecção (veja no vídeo abaixo a explicação que Ninão deu no começo da semana sobre o estado de saúde dele).
“Sofri muito essa semana, [senti] muitas dores. Infelizmente é uma decisão difícil, mas com certeza pra melhorar a minha saúde, em nome de Jesus. Estou muito confiante”, disse para os seguidores.
Já na segunda-feira (6), ele viaja de Assunção, cidade do Sertão paraibano em que mora com a família, para Campina Grande, onde fica localizado o hospital em que a cirurgia será feita. No mesmo dia, ele será internado e deve começar a preparação para o procedimento cirúrgico.
Pesando mais de 200 quilos, mesmo tendo se acostumado a fazer as atividades diárias com o suporte da cadeira de rodas, ele explicou que “a maior dificuldade agora é a locomoção por dentro da casa”.
Ninão espera voltar a andar depois da cirurgia
Desde então, muitos cuidados são necessários. O curativo na perna precisa ser feito todos os dias. Para isso, ele conta com o auxílio de uma equipe da rede municipal de saúde do município ou com a mãe.
Depois, a pretensão do paraibano é usar uma prótese “para realizar o sonho de voltar a andar”.
Dificuldade de locomoção impediu Ninão de trabalhar
Ninão também precisa de medicamentos para conter a infecção. Os gastos mensais com remédios são de aproximadamente R$ 500, quase metade da renda da família.
Desde que se locomove em uma cadeira de rodas, ele não consegue trabalhar, e lamenta pelas oportunidades perdidas. Antes da infecção, ele costumava fazer comerciais e era convidado para participar de eventos pelo país inteiro.
Atualmente, o paraibano mora com a esposa. A renda do casal corresponde a um salário mínimo, da aposentadoria que ele recebe desde 2012, e de alguns trabalhos de decoração que a companheira dele faz. As doações dos amigos também têm auxiliado.
“Chega uma visita, vê a situação e dá uma ajuda”, contou.
‘Passei 21 anos da minha vida escondido num sítio porque tinha vergonha’
O paraibano, natural de Taperoá, descobriu o gigantismo aos 14 anos, quanto media 1,95 metro. Teve a opção de fazer uma cirurgia para parar o crescimento, mas não fez por medo dos riscos do procedimento. Parou de crescer há quatro anos com a ajuda de remédios.
Antes de se tornar uma celebridade, Ninão tinha vergonha de todos os olhares de admiração voltados para ele.
“Sofri, sofri muito. Passei 21 anos da minha vida num sítio porque tinha vergonha vir na cidade. O povo olhava. Parei de estudar também devido a isso”, lembrou.
Depois que ficou nacionalmente conhecido, ele conseguiu retomar os estudos e concluir o ensino médio.