SÃO PAULO — O hábito de circular pelo país sem máscara e de promover aglomerações mesmo em momentos críticos da pandemia da Covid-19 pode pesar no bolso do presidente Jair Bolsonaro. O Maranhão já o inscreveu na dívida ativa do estado por causa de uma multa de R$ 80 mil, valor que pode vir a ser cobrado judicialmente. Há ainda autuações não pagas em São Paulo que podem somar R$ 3.868,97, no mínimo, segundo cálculos do GLOBO.
Bolsonaro esteve na cidade de Açailândia (MA) para entregar 287 títulos de propriedade rural no dia 21 de maio deste ano. Como de costume, o presidente, sem máscara, cumprimentou apoiadores que se aglomeravam atrás de uma grade de proteção, e, no discurso, fez críticas ao governador e seu adversário político Flávio Dino, na época no PCdoB.
Um decreto estadual proibia a realização de eventos com mais de cem pessoas. O auto de infração diz que fotos e vídeos não deixam dúvida de que Bolsonaro cometeu “transgressões da legislação sanitária vigente”. Foi ainda considerado que houve agravante porque, supostamente, ele agiu com dolo (intenção). O presidente tinha até o início de agosto para pagar os R$ 80 mil. Como não o fez, foi inscrito na dívida ativa. Caso não pague, entra em execução judicial.
Em São Paulo, as multas contra Bolsonaro foram aplicadas duas vezes na capital e nos municípios de Sorocaba, Presidente Prudente, Iporanga, Eldorado e Ribeira. A última autuação aconteceu durante os atos do dia 7 de setembro, na Avenida Paulista.