A última quinta-feira (23) não foi um dia qualquer para o garçom Antônio Noberto dos Santos, 35. No começo da tarde, ele encontrou na churrascaria onde trabalha, em Sergipe, uma mochila com R$ 40 mil em dinheiro vivo e cheques que somavam R$ 200 mil.
Antônio não pensou duas vezes.
Chamou o proprietário do estabelecimento em que está há seis meses e informou que algum cliente havia esquecido uma mochila com dinheiro dentro.
O patrão de Antônio, então, usou informações de um cartão de crédito para localizar o dono do dinheiro. Segundo o garçom, o homem já tinha saído do estado e estava na Bahia quando o banco ligou, informando que ele havia esquecido o dinheiro. O montante seria usado para comprar mercadoria.
Quando o homem conseguiu reaver os R$ 240 mil, Antônio diz ter ficado com a sensação de dever cumprido. “E eu relembrei os conselhos do meu avô e de minha mãe. Eles sempre falavam que o que é meu é meu, e o que é do próximo é do próximo”, diz ele, acrescentando que essa lição permeou a sua vida. “Eu só fiz reforçar aquilo que eles sempre ensinaram.”
Ele diz que a família ficou orgulhosa de seu gesto. “Eles ficaram contentes quando relembrei os princípios em que a gente foi criado. Isso mostra aos mais jovens a importância da honestidade com o próximo e de estar atento aos mais necessitados.”
Antônio, cujo salário gira em torno de R$ 1 mil, diz que os R$ 240 mil poderiam ter transformado a sua realidade. “Mas achei por bem fazer o que deve ser feito por qualquer um. A honestidade está acima de tudo”, diz ele.