Um estudo feito pelo economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), mostra que a população da Paraíba, assim como a de outros 23 Estados brasileiros, está mais pobre. E um contingente extremamente pobre também aumentou.
Na Paraíba a pobreza cresceu 4% entre o primeiro trimestre de 2019 e o mês de janeiro deste ano. Saltou de 41,2% da população para 45,2%.
A pobreza extrema, que em 2019 alcançava 13,7% no Estado, já representa 14%, conforme o estudo.
“Os números, aliás, podem ser facilmente constatados nos sinais de trânsito, nas portas de supermercados e nas ruas das cidades paraibanas”.
Mas é impressionante como o tema não tem entrado na pauta de discussões de deputados e senadores; nem nos protestos encabeçados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no dia de ontem.
Não discutimos a miséria que dilacera a vida das pessoas, mas estamos voltados para a compra de armas, o voto impresso e o fechamento do STF.
Na Paraíba a pobreza está nas ruas, por todos os lados. Teimamos, de forma desumana, em não enxergá-la.
Outros números da pesquisa
Os três únicos Estados que não tiveram expansão da pobreza tinham participação acima de 30% dos pobres na população geral: Acre (46,4%), Pará (45,9%) e Tocantins (35,7%). Como referência, a fatia de população pobre na média do Brasil como um todo passou de 25,2% no primeiro trimestre de 2019 para 29,5% em janeiro de 2021.
Os cálculos foram feitos a partir de dados de renda da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua e da Pnad Covid 19, do IBGE. Além disso, consideram a classificação de pobreza do Banco Mundial, de renda per capita de até US$ 5,50 por dia, ou cerca de R$ 450 por mês, considerando a taxa de câmbio pela paridade do poder de compra.